O calendário do pagamento da terceira parcela do auxílio emergencial para os desempregados, trabalhadores sem carteira assinada, autônomos e MEIs, nesse período da pandemia, ainda nem foi divulgado, mas o presidente Jair Bolsonaro já adiantou que o governo não tem dinheiro para ampliar o benefício com o valor de R$ 600.
Bolsonaro afirmou que vai negociar com o Congresso uma redução para a quarta e quinta parcelas.
"União não aguenta outro desse mesmo montante que por mês nos custa cerca de R$ 50 bilhões. Se o país se endividar demais, vamos ter problema", disse Bolsonaro, nessa segunda-feira, durante uma entrevista após o lançamento do canal de TV Agromais, da Bandeirantes.
Pelo jeito, a negociação não vai ser nada fácil. Nesse fim de semana, a importância de ampliar o auxílio emergencial foi comentada pelo presidente da Câmara, deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), no Twitter.
“A todos que me perguntam sobre o auxílio emergencial: sou a favor da prorrogação do auxílio de R$ 600 por mais 2 ou 3 meses. Todos os indicadores apontam uma forte queda da economia no terceiro trimestre.Tenho certeza que a minha posição é acompanhada pela maioria dos deputados. Manter esta ajuda é premente. O governo não pode esperar mais para prorrogar o auxílio. A ajuda é urgente e é agora”, cobrou Maia.
A presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), também pelo Twitter, já avisou que o partido quer ampliar ainda mais as parcelas do auxílio.
“Estudo da UFMG mostra que redução/extinção do auxílio emergencial terá efeitos dramáticos, ñ só do pto de vista social, mas sobre consumo, agravando queda do PIB. O PT quer estender por + 12 meses, e não apenas por 2, como Bolsonaro quer. É hora de pensar no povo e na economia!”, justificou a deputada.
Antes de ameaçar reduzir o valor do benefício definido pela Câmara e Senado, o governo podia fazer aquele “pente fino” nos pagamentos irregulares que foram realizados nas duas primeiras parcelas. E não é pouco dinheiro, não. O Tribunal de Contas da União (TCU) estima que até 8 milhões de benefícios podem ter sido pagos indevidamente. Os militares, empresários e servidores públicos que receberam os R$ 600 já foram cobrados e devolveram o dinheiro? Ainda segundo a área técnica do TCU, 2,3 milhões de pessoas que teriam direito ao auxílio foram reprovadas pela análise e não receberam nada. O governo infomou que até sexta-feira,19 de junho, 47,7 pessoas que não tinham direito a receber o auxílio emergencial já devolveram, no total de R$ 39,6 milhões. Se as contas forem ajustadas, ainda sobra dinheiro para ajudar a pagar o valor determinado pelo Congresso, nos próximos dois meses.
O ministério da Cidadania disse que ainda essa semana vai divulgar o calendário do pagamento da terceira parcela. Os beneficiários do Bolsa Família começaram a receber nessa segunda-feira.
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