A Esplanada dos Ministérios está fechada até 23h59 dessa quarta-feira. A interdição foi decretada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, depois que o serviço de inteligência do governo detectou que integrantes do grupo “300 do Brasil” estavam fazendo ameaças a dom Marcony Vinicius Ferreira, bispo da Cúria Metropolitana, que fica na Catedral Nossa Senhora Aparecida, no meio da Esplanada. Segundo o decreto de Ibaneis, as manifestações no local contrariam as regras do distanciamento para conter a propagação do coronavírus. No domingo, depois que manifestantes dispararam fogos de artifício em direção à sede do STF, sábado à noite, protestando contra os ministros do Supremo e Ibaneis Rocha, o governador também decretou o fechamento da Esplanada. Apenas autoridades devidamente identificadas e funcionários públicos federais, em serviço, têm autorização para transitar pela área.
Para investigar quem organiza e financia manifestações e atos contra a democracia, a Polícia Federal cumpre, nessa terça-feira, 21 mandados de busca e apreensão, em Brasília, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Maranhão e Santa Catarina.
A operação foi autorizada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, a pedido do MPF. As manifestações pediam o fechamento do Congresso, do STF e a intervenção militar, que contraria a Constituição Federal.
Os procuradores acreditam que há indícios de que os investigados estejam envolvidos com as manifestações. Além disso, teriam agido com o apoio de pessoas que possuem foro privilegiado no STF “para financiar e promover atos que se enquadram em práticas tipificadas como crime pela Lei de Segurança Nacional (7.170/1983)."
Um dos primeiros a receber a “visita” dos agentes da PF foi o deputado federal Daniel Silveira ( PSL-RJ). Aliado da família Bolsonaro, o policial militar licenciado revoltou milhares de moradores do Rio de Janeiro já na campanha de 2018, quando ele e o atual deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ) quebraram uma placa em homenagem a ex-vereadora do PSOL Marielle Franco, assassinada em março do mesmo ano.
Pelo Twitter, o deputado bolsonarista avisou sobre a operação. “Polícia Federal em meu apartamento. Estou de fato incomodando algumas esferas do velho poder. E cada dia estarei mais firme nessa guerra!”.
Outro alvo, também bem próximo do presidente Bolsonaro, foi o jornalista e blogueiro Allan Santos. Em vídeo, ele reclamou que a Polícia Federal, mais uma vez, levou o celular e o equipamento de gravação. Allan também estava entre os investigados na operação sobre o inquérito das fake news, que aconteceu no dia 27 de maio. Sara Winter, que foi presa nessa segunda-feira, também foi alvo das buscas.
O empresário e advogado Luiz Felipe Belmonte, suplente do senador Izalci Lucas(PSDB-DF), o publicitário Sergio Lima e o investidor do setor imobiliário Otavio Fakhoury, todos ligados ao Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Bolsonaro quer criar, também tiveram que abrir a casa para a operação da Polícia Federal. O blogueiro Alberto Silva, o youtuber Adilson Dini foram outros alvos da operação.
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