15/06/2020 às 13h37min - Atualizada em 15/06/2020 às 13h37min

​MORAES MANDA PRENDER SUSPEITOS DE ATAQUES AO STF

SARA WINTER E OUTROS BOLSONARISTAS ESTÃO NA LISTA


Os fogos de artifício disparados pelos bolsonaristas contra a sede do Supremo Tribunal Federal, sábado à noite, em Brasília, fizeram muito barulho e provocaram forte reação entre os ministros do STF e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB-DF). Nessa segunda-feira, a líder do grupo fascista “Os 300 do Brasil”, conhecida como Sara Winter, acordou com a Polícia Federal na casa dela. A ordem de prisão partiu do ministro do STF, Alexandre de Moraes, responsável pelos inquéritos sobre as fake news e as manifestações antidemocráticas que pediram o fechamento do Congresso, do STF e intervenção militar.

O verdadeiro nome da apoiadora de Jair Bolsonaro é Sara Giromini. Ela copiou o mesmo sobrenome de uma nazista, apoiadora de Hitler, que integrava a União Britânica de Fascistas. Mais outros cinco integrantes do grupo, suspeitos de serem os responsáveis pelo ataque ao prédio do STF, também estão sendo presos. A prisão seria temporária por cinco dias, podendo ser renovada por mais cinco dias. 
Nesse domingo, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, afirmou que o “Supremo jamais se sujeitará a nenhum tipo de ameaça, seja velada, indireta ou direta e continuará cumprindo sua missão”. Toffoli também pediu investigações sobre os ataques ao ministro Alexandre de Moraes, à PGR e ao governo do Distrito Federal. No mesmo dia, o governador Ibaneis Rocha mandou prender o ex-funcionário do governo Bolsonaro, Renan da Silva Sena, apontado por Toffoli como um dos responsáveis pela disparada dos fogos.

Renan já é conhecido por realizar atos antidemocráticos. No dia 1º de maio, durante uma homenagem aos profissionais de saúde mortos quando trabalhavam no atendimento às vítimas da Covid-19, ele agrediu as enfermeiras que estavam na Praça dos Três Poderes. O ex-contratado do ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, de Damares Alves, foi liberado depois de assinar um termo que vai comparecer quando for chamado pela Justiça.
O STF e o governo do Distrito Federal suspeitam que policiais militares facilitaram o ataque de sábado à noite. Levantam até a hipótese de um conluio entre os policiais e os apoiadores de Bolsonaro, até com a participação da área de inteligência do governo. Por que os PMs de plantão não impediram o protesto que colocou em risco a sede da corte suprema do Brasil? É a pergunta. O governador Ibaneis Rocha já exonerou o subcomandante da PM, Luiz Ferreira de Souza. Ele chefiava a polícia porque o comandante se recupera da Covid-19.

Ministros do STF também levantam a dúvida se os mesmos empresários que financiam as fake news também não apoiam financeiramente essa turma que organiza os protestos contra a democracia.
 
Nas redes sociais, a prisão de Sara Winter é um dos assuntos mais comentados no Twitter, nessa segunda-feira. No Congresso, os parlamentares também reagiram. O líder do PT na Câmara, deputado federal Enio Verri (PT-PR), escreveu. “Os atentados contra o STF e o Congresso Nacional, praticados por apoiadores de Bolsonaro, não mais se repetirão, se - e somente se - a ação for rechaçada à altura, com a responsabilização não apenas de quem cometeu os atos, mas, também, de quem apoia financeira e logisticamente”. O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) denunciou a ligação do grupo fascista com o armamento da população. “Ao destruir a legislação de controle de armamentos e munições, Bolsonaro quer armar as milícias políticas que defendem seu governo. Dentre elas, o bando extremista liderado por Sara Winter, que na falta de bala atacou o STF com fogos de artifício no sábado”. Jandira Feghali, deputada federal do PCdoB-RJ, também repercutiu na rede social. “Extremistas altamente perigosos desafiaram o STF e agora pagam por isso. A prisão de Sara Winter Inverno e do agressor de enfermeira é o início da resposta que a instituição iria dar. Os bolsonaristas chamarão de prisão política, apesar de nem fazerem ideia do que seja isso”. Na autorização para investigar o grupo “Os 300 do Brasil” o STF alertou que a Constituição Federal proíbe o “financiamento e a propagação de ideias contrárias à ordem constitucional e ao Estado Democrático” e também a  “realização de manifestações visando o rompimento do Estado de Direito”.

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