15/06/2020 às 11h56min - Atualizada em 15/06/2020 às 11h56min

“OS GENERAIS ALINHADOS COM BOLSONARO SÃO UMA VERGONHA!”

PALAVRA DE GENERAL


Que pais é este, Francelino Pereira!
Este é um país em que meia-dúzia de militares fascistas, orientados por um astrólogo de Virgínia, capitaneados por um militar alucinado, apoiados por uma tropa de fakenews e inspirados por Trump passaram a mão no voto popular e, por causa disso, estão alucinando o país.
Felizmente, temos militares como o brigadeiro Sérgio Xavier Ferolla, tenente-general da Força Aérea e ex-presidente do Superior Tribunal Militar, que tem a coragem de afirmar que o alinhamento de generais do Exército com Jair Bolsonaro é uma vergonha e desrespeito. "Bolsonaro seduziu alguns generais e os transformou em seus acólitos: uma vergonha para o Exército e um desrespeito com a Marinha e a Aeronáutica”, afirmou. E foi além: deu essa entrevista para o jornal italiano Il Fatto Quotidiano, que escreve: "As palavras de Sérgio Xavier Ferolla têm peso no Brasil, onde parte dos oficiais começa a mostrar algum desconforto em relação ao presidente Bolsonaro e seu governo".
 
Para o ex-presidente da corte militar, general fazer parte da equipe presidencial é danoso para a imagem das Forças Armadas. “Sobre alguns generais do Exército que fazem parte da equipe presidencial, já expressei minha opinião: eles provocam um dano à imagem das Forças Armadas, que não aceitam a participação deles em disputas partidárias e em atos radicais que ameaçam a democracia", afirmou. O brigadeiro foi além e associou as manifestações pró-Bolsonaro com as marchas de radicais dos Estados Unidos. "As manifestações promovidas pelo presidente são coordenadas por elementos de extrema direita, ligados por sua vez a extremistas americanos e a religiosos neopentecostais”.
 
Essa declaração não é algo isolado. O exército está insatisfeito, as forças armadas estão insatisfeitas. Elas não querem ser associadas ao grupelho que está no poder. Há militares que estão no governo, mas já se sentem desconfortáveis diante de outros companheiros de farda. É o caso do ministro-chefe da Secretaria de Governo general Luiz Eduardo Ramos, que  disse em entrevista à Veja na quinta, dia 11,  que tem recebido críticas dos "companheiros de farda" e que, por não desejar sair do governo, pretende ir para a reserva. "Não me sinto bem. Não tenho direito de estar aqui como ministro e haver qualquer leitura equivocada de que estou aqui como Exército ou como general. Por isso, já conversei com o ministro da Defesa e com o comandante do Exército. Devo pedir para ir para a reserva. Estou tomando essa decisão porque acredito que o governo deu certo e vai dar certo. O meu coração e o sentimento querem que eu esteja aqui com o presidente", afirmou. O general Luiz Eduardo Ramos tem todo o direito de fazer a opção que bem entender. Mas precisa ter consciência que os seus companheiros de farda e a História não vão perdoar a opção pelo fascismo.
 
Leia também em Il Fatto QuotidianoCongresso em Foco e no Blog do Mello


 
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