14/06/2020 às 18h46min - Atualizada em 14/06/2020 às 18h46min

​MÉDICOS DO CEARÁ RESPONDEM A BOLSONARO

ARAS MANDA INVESTGAR INVASÕES A HOSPITAIS

Os médicos que enfrentam a pandemia do coronavírus no Ceará não se calaram aos ataques de Jair Bolsonaro. O Coletivo Rebento- Médicos em Defesa da Ética, da Ciência e do SUS gravou um vídeo  com duras críticas ao presidente. 
Na quinta-feira, na live semanal transmitida pela internet, Bolsonaro voltou a questionar os números da contaminação no Brasil. Ele incitou os apoiadores a entrar nos hospitais e gravar  imagens no interior das unidades, o que é ilegal. Nesse sábado, parlamentares aliados de presidente tentaram entrar no hospital de campanha instalado no estádio Presidente Vargas, o principal de Fortaleza. Os vereadores do Pros,  Sargento Reginauro, Marcio Martins e Julierme Sena foram impedidos de entrar por ordem da prefeitura da capital cearense. Em Serra, no Espírito Santo, os deputados estaduais Lorenzo Pazolini (Republicanos-ES), Vadninho Leite (PSDB-ES), Torino Marques (PSL-ES), Danilo Bahiense (PSL-ES) e Carlos Von (Avante-PSL) invadiram, na sexta-feira, o Hospital Dória Silva. Segundo o jornal Correio Braziliense, os parlamentares acabaram foi constatando que quase todos os leitos estavam ocupados por pacientes contaminados pelo coronavírus. A Secretaria Estadual de Saúde capixaba liberou uma nota oficial criticando a ação dos parlamentares. “É inadmissível esse tipo de atitude, no momento que o Espírito Santo, o país e o mundo enfrentam a mais grave crise de saúde em nossa geração. Mais grave é o fato de que essa atitude foi insuflada por uma declaração irresponsável do chefe da nação”, ressaltou a nota. Ataques a hospitais e a  profissionais de saúde de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília também já foram registrados.Todos vão ser investigados por determinação do procurador-geral da República, Augusto Aras. A apuração inclui os políticos e pessoas com foro privilegiado.“Condutas dessa natureza colocam em risco a integridade física dos valorosos profissionais que se dedicam, de forma obstinada, a reverter uma crise sanitária sem precedentes na história do país. Observadas as condições de procedibilidade, os eventos narrados, dotados de gravidade, podem ensejar, em tese, a responsabilidade criminal dos seus autores, razão pela qual solicito a Vossa Excelência a distribuição da presente notícia-crime para adoção das medidas que o(a) Promotor(a) natural compreender necessárias”, diz  Aras. Mesmo tendo incentivado a invasão das unidades de saúde, o presidente Bolsonaro não vai ser investigado. Segundo a revista Veja, para a PGR, a conduta de Bolsonaro não configuraria crime. Só quem invadiu teria cometido uma ilegalidade.
O ministro do STF, Gilmar Mendes, discorda dessa posição da procuradoria-geral da República. Nesse domingo, Mendes escreveu no Twitter. “Invadir hospitais é crime - estimular também. O Ministério Público (a PGR e os MPs Estaduais) devem atuar imediatamente. É vergonhoso,  para não dizer ridículo, que agentes públicos se prestem a alimentar teorias da conspiração, colocando em risco a saúde pública”.


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