O capitão Jair Bolsonaro, presidente da República, não tem nada a temer sobre o resultado do julgamento que terá no TSE por dois motivos: 1 – já sabe que vai perder; 2 – se perder poderá dar um golpe. E deixou isso bem claro na nota que divulgou, assinada também pelo vice presidente general Hamilton Mourão e pelo ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, onde diz que “as Forças Armadas não cumprem ordens absurdas e não aceitam tomada de poder por julgamento político”. Ele não percebe que o que diz está correto, mas não percebe que não se trata da mesma coisa que ele entende por correto.
Integrantes dos tribunais consideram que a nota de Bolsonaro seria “apenas” tentativa de intimidação. Como assim? “Tentativa de intimidação” não pode ser considerada como “apenas”. Bolsonaro tem certeza que será derrotado e está tentando virar o jogo lançando ameaças no ar. Essas pessoas – mesmo os magistrados – que não veem uma ameaça no documento têm que parar para repensar. Ora, se é uma tentativa de intimidação, tem que ser tratada com toda a seriedade. Não se pode conviver com um presidente fazendo ameaças golpistas. Bastaria isso para condená-lo. O fato concreto é que, no segundo turno das eleições, o pessoal de apoio a Bolsonaro disparou, em massa, centenas de milhões de mensagens (fake News), o que não é permitido pelo TSE. A chapa tem que ser julgada e certamente será condenada – não há “golpe de sorte” nessa novela...