13/06/2020 às 08h15min - Atualizada em 13/06/2020 às 08h15min

GENERAL DE BOLSONARO NÃO OBEDECE À CONSTITUIÇÃO

GENERAL AMERICANO NÃO OBEDECE TRUMP


É impressionante o absurdo da nota assinada pelo capitão/presidente Bolsonaro, pelo general/vice Hamilton Mourão e pelo general/ministro Fernando Azevedo. Basicamente, eles se dizem acima da Constituição e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral): “As FFAA (Forças Armadas) do Brasil não cumprem ordens absurdas".
Isso ocorreu  depois que o vice-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz Fux, considerou, em liminar, que o presidente da República tem poder limitado como chefe das Forças Armadas.
 
Disse ainda a nota de Bolsonaro com apoio dos ministros militares: “Lembro à nação brasileira que as Forças Armadas estão sob a autoridade suprema do presidente da República, de acordo com o Art. 142/CF” (...) “As FFAA do Brasil não cumprem ordens absurdas, como p. ex. a tomada de poder. Também não aceitam tentativas de tomada de poder por outro Poder da República, ao arrepio das leis, ou por conta de julgamentos políticos”. É isso que realmente se espera das Forças Armadas e do presidente da República. Mas na verdade Bolsonaro quer escapar do julgamento do inquérito no Supremo sobre a sua possível interferência na Polícia Federal e também de um eventual processo de impeachment, sempre tratado como um julgamento político-jurídico.
Ao acatar parcialmente uma liminar em ação movida pelo PDT para definir o emprego das forças armadas do ponto de vista legal, Fux considerou que o presidente da República tem “poder limitado” como chefe das Forças Armadas e destacou que elas não têm competência para ser um “poder moderador”.
“A chefia das Forças Armadas assegurada ao presidente da República consiste em poder limitado, do qual se deve desde logo excluir qualquer interpretação que permita indevidas intromissões no regular e independente funcionamento dos outros Poderes e instituições, bem como qualquer tese de submissão desses outros Poderes ao Executivo”, disse Fux.
 
Se temos que testemunhar esse absurdo milico-bolsonárico, dá satisfação ver a atitude do general americano Mark Milley, chefe do Estado Maior Conjunto e principal autoridade militar dos Estados Unidos. Ele simplesmente pediu desculpas por ter participado da caminhada de Trump para encenar uma foto na Igreja Episcopal de São João, próxima à Casa Branca, depois de mandar dissolver um protesto contra o racismo e a violência policial que acontecia na área, em 1º de junho.
— Eu não deveria estar lá - disse Milley sobre o ato político de Trump, em um discurso em vídeo que gravou para ser exibido no início do ano letivo na Universidade Nacional de Defesa. —Minha presença naquele momento e naquele ambiente criou uma percepção de envolvimento dos militares na política interna. Como oficial da ativa, foi um erro com o qual aprendi, e espero sinceramente que todos nós aprendamos com ele -disse o general Milley no vídeo gravado. — Nós que usamos as insígnias de nossa nação, que viemos do povo, devemos sustentar o princípio de Forças Armadas apolíticas que tem raízes firmes na base da nossa república. O general afirmou ainda estar furioso com "o assassinato sem sentido e brutal de George Floyd" e manifestou sua oposição às sugestões de Trump de que forças federais fossem destacadas em todo o país para reprimir protestos.
Amigos do chefe do Estado Maior disseram ao The New York Times que, nos últimos 10 dias, ele ficou angustiado por ter aparecido - com o uniforme de combate que usa todos os dias para trabalhar - ao lado de Trump durante a caminhada até a igreja. O general disse aos amigos que acreditava que estava acompanhando Trump e sua comitiva para passar em revista as tropas da Guarda Nacional que estavam na Praça Lafayette.
 
Já os amigos de Bolsonaro... deixa pra lá!
 
Leia também Brasil247 e o Globo.

 
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