Depois de mais de dois meses de muito trabalho para combater a pandemia do coronavírus na Itália, um dos países que mais sofreram com a Covid-19, os profissionais de saúde cubanos voltaram para a casa. Eles foram recebidos como heróis nacionais pela população que estava nas ruas de Havana, capital de Cuba, mostrando o orgulho dos médicos e enfermeiros que arriscaram as vidas para ajudar os italianos. A mesma sensação foi reafirmada na mensagem do presidente Miguel Diaz-Canel Bermúdes. “O regresso de vocês nos enche de profundo orgulho, porque retornam com saúde e com a mais humanitária das missões cumpridas: salvar vidas. Depois de mais de dois meses de intenso e arriscado trabalho, nada nos gostaria mais que abraçá-los, um a um, para agradecer a sua heróica missão. Só podemos tocar seus corações com palavras e dizer para vocês com a mais profunda das nossas emoções: obrigado!"
Miguel Diaz-Canel também ressaltou o carinho que o povo cubano tem pelos profissionais que foram para longe ajudar quem estava precisando. “Vocês representam a vitória da vida sobre a morte, da solidariedade sobre o egoísmo, do ideal socialista sobre o mito do mercado. Com seu nobre gesto e sua bravura de desafiar a morte para salvar vidas, vocês mostraram ao mundo uma verdade que os inimigos de Cuba têm pretendido silenciar ou esconder: a força da medicina cubana. O mundo está agradecido pela cooperação e solidariedade, dos recursos da vontade humana que Fidel nos ensinou a cultivar como princípios fundamentais da Revolução no poder”, exaltou o presidente cubano.
Equipes de médicos e enfermeiros partiram de Cuba para combater a Covid-19 em 23 países. Além da Itália, países como o México, a Nicarágua e a Venezuela foram atendidos nos pedidos de ajuda pelo governo de Havana. Logo que o coronavírus chegou ao Brasil, o ministério da Saúde anunciou que ia chamar de volta os profissionais cubanos que ficaram no Brasil, mesmo depois que o presidente Miguel Diaz-Canel rompeu o acordo de cooperação em reação aos ataques do presidente Jair Bolsonaro. Antes mesmo de assumir, Bolsonaro chegou a acusar os profissionais até de “fazer núcleos de guerrilha no Brasil”. Como era de se esperar, a convocação não foi feita e a falta de médicos prejudica, ainda mais, o combate ao coronavírus no país. Os 8.500 profissionais cubanos chegaram com o programa Mais Médicos, criado em 2013, na gestão da ex-presidenta Dilma Rousseff. A população, principalmente das áreas mais afastadas dos grandes centros, está até hoje sem assistência médica. O Brasil registra um dos maiores números de mortes e de casos de contaminação no mundo. Enquanto isso em Cuba, o governo anunciou, nessa terça-feira, que foram registrados apenas cinco novos casos de contaminação, índice mais baixo da últimas semanas, e que há dez dias não foi registrada nenhuma morte causada pelo coronavírus. O ministro da Saúde Pública, José Angel Portal Miranda, afirmou que 83 pessoas morreram e 2.025 foram contaminadas. Entre os 35 países das Américas, Cuba está no 18º lugar de casos da pandemia, com a baixa letalidade de 3,76%.