Apesar das recomendações dos especialistas, centros de pesquisas e universidades que não era hora para começar a reduzir o isolamento social, já que estava em pleno pico da pandemia no Rio de Janeiro, o governo do estado e a prefeitura do Rio, decretaram medidas que permitiam a volta de algumas atividades econômicas e até esportivas, em lugares fechados e ao ar livre. O juiz Bruno Vinícius das Roas Bodart, da 7ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Rio, aceitou, nessa segunda-feira, os argumentos do Ministério Público e da Defensoria Pública fluminenses e concedeu uma liminar suspendendo trechos dos decretos do governador Wilson Witzel (PSC-RJ) e do prefeito Marcelo Crivella (Marcelo Crivella), editados na semana passada. Na decisão, o juiz diz que não se ignora o drama sofrido por comerciantes que tiveram suas atividades laborais atingidas. “Entretanto, é preciso considerar que estão em jogo vidas humanas e que sete mil pessoas já morreram”, destacou o magistrado. E ainda afirmou que as autoridades têm pleno conhecimento sobre a existência de modelos de estimativas de impacto nas políticas públicas.“Fora isso, alguns dados apresentados pela Secretaria de Saúde do estado podem gerar uma impressão enviesada sobre a gravidade do quadro na pandemia no estado do Rio de Janeiro”, afirmou o magistrado em outro trecho da ação. Na semana passada, Crivella, anunciou que começaria o relaxamento do isolamento “exclusivamente” porque o combate à pandemia do coronavírus interrompeu tratamentos de outras doenças o que estaria aumentando o número de mortes no município. Segundo determinação do juiz, na quarta-feira, 10 de junho vai ser realizada uma audiência entre o Ministério Público, governo do estado e prefeitura para que sejam reavaliadas as novas medidas sobre o isolamento social. De acordo com o último relatório sobre a Covid-19 no estado do Rio de Janeiro, divulgado nesse domingo, 7 de junho, 6.707 pessoas morreram e 67.000 estão infectadas com o coronavírus.