05/06/2020 às 12h52min - Atualizada em 05/06/2020 às 12h52min

​A VINGANÇA DA LAMA

BOLSONARO CHAMA DE TERRORISTAS MANIFESTANTES QUE DEFENDEM A DEMOCRACIA




Dois meses depois do início das obras, o presidente Jair Bolsonaro inaugurou, nesta sexta-feira, 5, o primeiro hospital de campanha contruído pelo governo federal e repassado para a administração estadual para atender pacientes com coronavírus (Covid-19). Ao descer do helicóptero que usou para ir ao município de Águas Lindas, Goiás, a 56 de quilômetros de Brasília, Bolsonaro tropeçou em uma mangueira e caiu na lama. A imagem já viralizou na internet com internautas comparando o tropeço com a atual situação do governo. “Se tivesse usando máscara talvez não tivesse caído”, escreveu uma internauta. “Bolsonaro não caiu do jeito que a gente quer, mais caiu. Será o início do tombo???”, perguntou outro internauta. A hastag #BolsonaroCaiu já é o assunto do momento no Twitter. Tem até uma nova pergunta nas redes sociais: “Quem mandou derrubar Bolsonaro? Isso é tudo armação da esquerda comunista que quer derrubar o Mito. Mas e o PT? E o Lula”?, lembrando as mensagens que os bolsonaristas escrevem todas as vezes que o governo Bolsonaro é acusado de alguma denúncia.

O hospital de Águas Lindas começou a ser construído quando Luiz Henrique Mandetta ainda era ministro da Saúde. Dois ministros depois e com o Brasil já no segundo lugar no mundo em mortes e infectados pelo coronavírus, a unidade abriu com apenas 10 leitos dos 200 leitos de semi-UTI (Unidade de Terapia Intensiva) prometidos, para atender pacientes de Goiás e do Distrito Federal. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás, em Águas Lindas, seis pessoas já morreram por causa do coronavírus e 300 estão contaminadas.
Bolsonaro levou para a inauguração os ministros da Saúde, general Eduardo Pazuello, o Chefe da Casa Civil, general Braga Netto, e o da Ciência e Tecnologia, o ex-astronauta Marcos Pontes. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM-GO), que chegou a se distanciar  de Bolsonaro por divergir da posição do presidente em relação ao combate ao coronavírus (Covid-19), também estava na cerimônia.  
Mesmo estando em um hospital de campanha para receber pessoas contaminadas pelo coronavírus, a pandemia não foi o assunto principal de Bolsonaro no discurso em Goiás. Ele preferiu atacar os manifestantes que defendem a democracia. "Estamos assistindo agora grupos de marginais terroristas querendo se movimentar para quebrar o Brasil. Esses marginais fizeram uma ação em São Paulo. Esses terroristas voltaram logo depois para alguma ação em Curitiba. Estão nos ameaçando", acusou o presidente. E ainda tentou trazer de novo o governador de Goiás para o lado dele. "Tenho certeza, Caiado, que se vierem aqui você vai tratar com a dureza das leis que eles merecem. Geralmente são marginais, terroristas, maconheiros, desocupados", completou Bolsonaro. Ele só esqueceu que, no dia 15 de março, bolsonaristas vaiaram e xingaram Ronaldo Caiado quando ele impediu a saída de um carro de som durante uma manifestação contra o isolamento social, logo no início das medidas restritivas decretadas pelo próprio governador de Goiás. 

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