Os pedidos de justiça para o menino João Pedro, assassinado, no dia 18 de maio, dentro de casa, durante uma operação policial, feitos na porta do Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, nesse domingo, foram ouvidos no mundo.
Pelo Twitter, a atriz norte-americana, vencedora do Oscar, e ativista, Viola Davis, compartilhou uma petição por justiça para o assassinato de João Pedro.
A adesão à petição disparou no @change.org e já chega a um milhão de assinaturas. The Brazilian Report
Mesmo durante o isolamento social, os manifestantes saíram
de casa para pedir um basta às mortes de crianças e jovens nas áreas mais pobres do estado. As investigações para chegar ao assassino de João Pedro, 14 anos, se arrastam, mesmo as testemunhas afirmando que foi um policial que atirou no menino, apesar dos avisos que tinham crianças na casa. A operação era da Polícia Federal com a apoio da Polícia Civil fluminense, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. O protesto acabou depois que policiais militares jogaram bombas de gás lacrimogêneo nos manifestantes. Um policial chegou a apontar um fuzil para um rapaz desarmado. Segundo a Polícia Militar, ele vai responder “administrativamente por ter ferido o protocolo interno” da corporação. Os protestos nos Estados Unidos contra o assassinato de George Floyd por um policial branco, Derek Chauvi, em Minneapolis, na semana passada, “incendiaram” o país e não param. No fim de semana, houve manifestações contra o racismo também em várias cidades da Europa. Nessa segunda-feira, a hastag #BlackWhiteMatter ( #VidasNegrasImportam) está no topo do Twitter desde cedo. Os internautas também denunciam os casos de mortes de negros e de racismo, sem punição, no Brasil.
Nesse domingo, na Avenida Paulista, durante as manifestações em favor da democracia, um rapaz negro não se intimidou com a presença de fascistas apoiadores de Jair Bolsonaro, que também estavam no local para pedir intervenção militar, fechamento do Congresso e do STF. Identificado na internet como Emerson Balboa, ele foi firme no protesto contra o racismo.
