24/05/2020 às 08h30min - Atualizada em 24/05/2020 às 08h30min

​UM GOVERNO DESNORTEADO

BOLSONARO PERDEU NORTE, SUL, LESTE, OESTE

 
Vamos bater na mesma tecla: Bolsonaro tem que sair já. Impeachment nele. Estamos sendo muito repetitivos? Na verdade, é o próprio Bolsonaro que estimula isso, ele é que é repetitivo. Desde os descalabros gravados na famigerada (ou abençoada, dá no mesmo) reunião do dia 22 de abril até suas trapalhadas pelas ruas de Brasília, as ameaças sem propósito, é evidente o seu despreparo para ser presidente de um país com as dimensões e a complexidade que o Brasil apresenta. Não há um só dia, um só momento, em que Bolsonaro deixe de criar situações ou confusões em que parece implorar desesperadamente “me tirem daqui!”. E seus “apelos” começam a fazer bastante eco. Nas esquinas, no chope do fim da tarde, nas conversas de família, nas escolas, nas praias, em todos os locais sem controle da quarentena - e, principalmente, nas quarentenas de todas as famílias -, todos gritam em um só berro: “Fora, Bolsonaro!”. Como ele adora sair pelas ruas, pode pensar que isso é um estímulo contra as quarentenas...

Mas a coisa é séria. Hoje, até o Globo, o jornal da família Marinho, está manchetando em seu editorial, lembrando a corrosão da confiança dos investidores: “Sob Bolsonaro, a Presidência se tornou o principal vetor de instabilidades na República”. Lembram os Marinhos que “o país vai precisar atrair investimentos externos para ajudar a alavancar o processo de recuperação da economia”. E aproveitam para criticar as ilusões bolsonáricas:
“O governo tem insistido numa perspectiva otimista, assentada na venda de 36 empresas estatais a partir de agosto. Na lista oficial constam, entre outras, Eletrobras, Correios, Embrapa, Finep, Nuclep, Serpro, Dataprev e Casa da Moeda.
Em paralelo, acha possível a atração de até US$ 100 bilhões do setor privado para a área de petróleo. Argumenta com a disponibilidade de US$ 1,5 trilhão no mercado mundial.
Talvez fosse real na virada do ano, mas o mundo mudou com o vírus, e uma dose de realismo pode ser adequada. O Brasil encerrou 2019 como um dos quatro maiores receptores de investimentos estrangeiros diretos. Foram US$ 78,6 bilhões. Em março, no início da pandemia, o Banco Central refez projeções e estimou uma queda de 24%, para US$ 60 bilhões, neste ano. Poderá ser maior, devido ao recrudescimento da disputa por hegemonia entre Estados Unidos e China e das políticas protecionistas em vários países”.


Em outra palavras, a triste aliança do coronavírus (Covid-19) com o bolsonavírus está aniquilando as esperanças do país. Nossos gráficos de contaminação e de mortes pelo coronavírus ganham as alturas, ameaçam atingir a liderança mundial incontestável, enquanto a nossa economia desaba, as empresas fecham as portas e o desemprego se espalha por todos os cantos.

Se temos realmente a pretensão de superar os estragos do coronavírus, temos, em primeiríssimo lugar, que garantir a quarentena para, em seguida, retomar o rumo do fortalecimento econômico e da recuperação da autoestima. Nesse caso, de norte a sul, de leste a oeste, o Brasil precisa do impeachment de Bolsonaro.


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