16/05/2020 às 09h24min - Atualizada em 16/05/2020 às 09h24min

​SAÚDE DE CAVALO

OU CAVALO NA SAÚDE?

 
O novo Ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, interino, mal ocupou o cargo, substituindo Nelson Teich (de quem era o secretário), e já tem notícias fresquinhas sobre os métodos “administrativos” que costuma adotar.
 
Hoje, o DCM (Diário do Centro do Mundo) publica uma romântica historinha sobre ele, dos seus tempos de tenente-coronel, quando dirigia o Depósito Central de Munição do Exército. Vamos a essa linda e romântica história tão cavalar:
 
O atual ministro interino da Saúde do Brasil, general Eduardo Pazuello, obrigou um soldado sob seu comando, no dia 11 de janeiro de 2005, a puxar uma carroça, atrelado ao equipamento no local destinado ao cavalo, e com um colega sendo transportado no banco, com todos os demais militares que serviam na unidade assistindo ao ato, imposto ao soldado por Pazuello como castigo por indisciplina.
 
Deu pra entender? Transformou o soldado em cavalo de puxar carroça com passageiro!
 
O episódio se deu em Brasília, no Depósito Central de Munição do Exército, à época dirigido pelo então tenente-coronel Eduardo Pazuello. O militar feito de animal de tração pelo ministro foi o soldado Carlos Vitor de Souza Chagas. O caso gerou um Inquérito Policial Militar (105/05), ao qual o DCM teve acesso, para se apurar maus tratos e perseguição ao soldado castigado.
 
Uma importante e corretíssima decisão do Exército.
 
Nos autos, Carlos Vitor Chagas afirmou que se sentiu humilhado e que se tornou alvo de piadas e xingamentos de seus colegas de farda, que foram obrigados a assistir ao espetáculo. O inquérito, porém, foi arquivado sem qualquer punição ao então tenente-coronel.
 
Como assim???!!! O mundo enlouqueceu ou sou eu que estou perdendo a razão?
 
É que, quando foram depor no procedimento instaurado na Justiça Militar, os colegas do soldado, todos subordinados a Pazuello, foram unânimes em dizer que o atual ministro interino era uma pessoa íntegra e respeitosa, que jamais teve a intenção de humilhar o soldado feito de cavalo, mas tão somente impor disciplina à tropa. Também afirmaram que em nenhum momento caçoaram do soldado.
 
Só faltou eles dizerem que se tratava de um dia extremamente quente e que todos, momentaneamente, viram miragens...
 
O inquérito foi então encaminhado para a Procuradoria-Geral da Justiça Militar. A então Procuradora-Geral, Maria Ester Henriques Tavares, considerou que não houve qualquer ato passível de punição por parte de Pazuello, conforme afirmou nos autos, em 12 de dezembro de 2005, julgando “perfeitamente natural o constrangimento” do militar punido:
 
As alegadas humilhações pelo caçoado de outros Soldados não ficaram demonstradas pelos demais militares ouvidos neste IPM. O sentimento de constrangimento que demonstrou o Soldado Carlos Vitor foi perfeitamente normal, quando circundou o gramado puxando uma carroça com um colega seu nela sentado.
 
MARIA ESTER HENRIQUES TAVARES
Procuradora-Geral da Justiça Militar

 
Brilhante, essa Procuradora-Geral, Maria Ester Henriques Tavares, brilhante! Só faltou ela dizer que Carlos Vitor Chagas deveria, como “prêmio”, puxar uma carroça com 300 generais para aprender a conduzir sem solavancos...
 
A procuradora-geral chegou a “reconhecer excesso” por parte de Pazuello, mas não ao ponto de merecer qualquer punição, de acordo com o que fez constar em sua argumentação final pelo arquivamento do caso:
 
Se reconheço um excesso do Diretor do Depósito de Munição em sua maneira de efetivar uma atitude de correção e pedagógica ao soldado que trotava com a charrete dentro daquela Unidade Militar, por outro lado, reconheço que o referido Oficial não externou qualquer ato de perseguição.
 
MEUS DEUS!!!
 
A procuradora-geral explicou, ainda, que não poderia ser a intenção de Pazuello humilhar o soldado, já que colocá-lo para fazer o serviço de um cavalo, nos olhos do então tenente-coronel, poderia até ser uma forma de prestigiar o soldado, tamanho o amor do oficial pelos equinos.
 
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!!! POKOTÓ! POKOTÓ! POKOTÓ! POKOTÓ! POKOTÓ!
 
 
Finalmente, além da prova desautorizar qualquer perspectiva de que o citado Oficial tivesse intenções de menosprezar CARLOS VITOR ou de lhe impor maus tratos, há aspectos pessoais da vida de Pazuello que demonstram sua familiaridade e, sobretudo, amor aos equinos, o que revela, mais uma vez, aspectos subjetivos de sua conduta ocorrida no dia 11 de janeiro de 2005, de sentido nitidamente orientador (…)

 
Meu Deus! Esse é o país de Bolsonaro!!! País de bolsonaros...


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