13/05/2020 às 14h14min - Atualizada em 13/05/2020 às 14h14min

A CLOROQUINA VOLTOU E O MINISTRO DA SAÚDE ESTÁ INDO.

BOLSONARO COMEÇA A DESPACHAR NELSON TEICH


Há muitos dias que ela ficou esquecida, mas recuperou o “prestígio” com o presidente Jair Bolsonaro como a saída para reduzir o número de mortes no Brasil causadas pelo coronavírus - que não para de bater terríveis recordes. É ela mesma, a cloroquina voltou a ser defendida, por Bolsonaro, com muito insistência, na conversa com os repórteres, na porta do Palácio da Alvorada, nesta quarta-feira, 13.

Se engana quem pensa que a aplicação da cloqoroquina, desde os primeiros sinais da contaminação, seja um procedimento aprovado pelo ministro da Saúde, Nelson Teich. E esse seria mais um motivo de discordância entre o médico carioca e o chefe dele. Desde que assumiu, no dia 17 de abril, Teich tem passado por alguns vexames ao saber pela imprensa de decisões importantes de Bolsonaro na área do ministério da Saúde. O último foi nessa segunda-feira, 11 de maio, quando Bolsonaro assinou o polêmico decreto que incluiu  academias de ginástica, salões de beleza e barbearia como serviços essenciais. Ele anunciou a inclusão para a claque de apoiadores (aquela que ataca a imprensa de uma maneira raivosa, na entrada do Palácio da Alvorada), enquanto  Nelson Teich participava da entrevista coletiva para atualizar os números da pandemia no Brasil. Ao ser informado pelos repórteres sobre o novo decreto do chefe,  o ministro da saúde ficou desconcertado.

Bolsonaro avisou para os repórteres que tem uma conversa agendada com Teich para a tarde desta quarta-feira. A cloroquina é, com certeza, um dos pontos a ser discutidos. Pelo Twitter, Nelson Teich já mostrou o que pensa sobre o uso da substância. “Um alerta importante: a cloroquina é um medicamento com efeitos colaterais. Então qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica. O paciente deve entender os riscos e assinar o Termo de Consentimento antes de iniciar o uso da cloroquina”, escreveu o médico.

Mais uma vez, Bolsonaro quis tirar o corpo fora na responsabilidade pelo crescente número de mortes causadas pelo coronavírus e voltou a atacar os governadores. Nessa quarta-feira, 13, o Brasil ultrapassou 12 mil mortes - 881 nas últimas 24 horas - e 177.589 pessoas infectadas. Bolsonaro  insiste no isolamento vertical, aquele que o Japão  implantou na primeira fase e que - com o aumento de casos de contaminação no país - mudou para maiores restrições de circulação das pessoas. O ministro Teich também discorda de Bolsonaro nesse importante ítem.

Para ter um apoio inflamado da claque, Bolsonaro voltou a defender a volta ao trabalho e atacou quem segue as recomendações dos especialistas e da OMS. “Quem não quiser trabalhar, fica em casa, “po*&**!!!”, soltando uma palavra grosseira para um presidente. Quanto ao vídeo da reunião ministerial citada pelo ex-ministro Sérgio Moro como prova de que Bolsonaro queria interferir na Polícia Federal para defender os filhos e aliados, ele desconversou e  voltou a negar que tivesse falado alguma coisa que comprometesse. E até tomou uma decisão: acabou com as reuniões ministeriais diárias. Só vai ter uma, por mês e rápida. As decisões sobre o governo vão ser discutidas separadamente com os ministros.

Quanto à polêmica do Enem, Bolsonaro disse que vai conversar com o ministro Educação, Abraham Weintraub - aquele que quer prender os ministros do STF - e já adiantou que o exame pode ser adiado, mas que tem de ser realizado ainda em 2020. Veja o vídeo da entrevista.

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