Bolsonaro provou que é culpado. Mas culpado exatamente de quê? De ser burro e incompetente? Isso não dá impeachment. Se depender disso, o Brasil tem que se acostumar com os desvarios de seu presidente, aquelas demonstrações de estupidez explícita que ele espalha por toda parte.
De ter tentado proteger os filhos, aquelas figuras insurportáveis que o país herdou quando elegeu o pai presidente? Claro que é culpado, mas isso o país vai ter que se acostumar, afinal, muitos fariam a mesma idiotice, é ou não é?
De ocultar o seu segundo exame para provar que não tem coronavírus? Isso ele fez de pirraça, é o tipo da gracinha que pessoas como ele, desprovidas de qualquer senso de humor ou de seriedade, adoram fazer – a diferença irritante é que ele ocupa o cargo de presidente eleito do nosso país.
De ter um ministro da (falta de) educação que teria dito palavrões contra ministros do Supremo? Talvez, infelizmente, isso não seja suficiente nem para demitir o tal ministro.
De promover concentrações de figuras idiotizadas poluidoras da paisagem brasiliense? Isso realmente é insuportável, uma afronta não apenas a Brasília e aos brasilienses, mas ao Brasil inteiro.
Enfim, razões não faltam para se desejar de todo o coração o impeachment de Bolsonaro. Não apenas isso: apagá-lo definitivamente da memória de cada um dos brasileiros, esquecer para sempre que um dia nossos eleitores, em sua maioria, por livre e espontânea vontade, escolheram esse estrupício para dirigir o país. Temos que passar um apagador nesse quadro negro da nossa história. Não podemos relaxar. Vamos à luta! Vade retro, Bolsonaro! HG
