30/04/2020 às 13h26min - Atualizada em 30/04/2020 às 13h26min

​ALEXANDRE DE MORAES, NOVO ALVO DE BOLSONARO

“NÃO SEREI UM PATO MANCO”, AVISOU O PRESIDENTE


As tristes estimativas sobre a evolução da pandemia do coronavírus no Brasil, nos próximos dias, não devem ter  passado perto das  prioridades para o presidente Jair Bolsonaro, na manhã dessa quinta-feira.  Pelo jeito, a lista é encabeçada pelas cobranças ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, que impediu  a posse do amigo dos filhos 01, 02, 03, delegado Alexandre Ramagem, na direção-geral da Polícia Federal. A liminar foi dada nessa quarta-feira. A  Advogacia Geral da União chegou até avisar que não ia recorrer, mas Bolsonaro reagiu com o “quem manda sou eu” e a AGU já questiona o STF. Enquanto isso, desde cedo, Bolsonaro ataca o seu novo alvo, o ministro Alexande de Moraes. Foi assim na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília, e também quando chegou a Porto Alegre, em entrevista à Rádio Guaíba.
"Não serei um presidente pato manco. Não vou admitir eu ser um presidente pato manco, refém de decisões monocráticas de quem quer que seja. Não é um recado. É uma constatação ao senhor Alexandre de Moraes". 
E prosseguiu em tom de ameaça. "Tudo tem limite. Essa decisão do senhor Alexandre de Moraes, não engoli ela no dia de ontem. É uma afronta à pessoa do presidente da República", completou. 
Na porta do Palácio da Alvorada, ele até atacou outros alvos. É claro que o primeiro disparo foi para Alexandre de Moraes. "Pergunto ao senhor Alexandre de Moraes: o senhor vai tirar o Ramagem da Abin? É tão importante quanto o diretor-geral da Polícia Federal. Se ele não poder ir para a PF, ele não pode ficar na Abin. Senhor Alexandre de Moraes, aguardo de vossa excelência uma canetada para tirar o Ramagem da Agência Brasileira de Inteligência. Para ser coerente", ressaltou. 
Como não passa um dia sem atacar os governadores e prefeitos que decretaram o isolamento, Bolsonaro voltou a fazer denúncias, sem provas, sobre o uso indevido das verbas para enfrentar o coronavírus e repetiu ameças de operações da Polícia Federal contra eles. O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, não ficou esquecido. A imprensa, então. Bolsonaro só respondeu as perguntas de uma repórter, provavelmente da CNN, e gritou com outros jornalistas  que tentaram fazer o trabalho deles. Agora, ameaça mesmo ele fez à Rede Globo, “Globolixo”, para ele. A não renovação da concessão em 2022 voltou à pauta da presidência da República.
Enquanto ele ameaça e ataca, denúncias de tráfico de influência contra Bolsonaro invadem as redes sociais. Segundo o Estado de São Paulo, Jair Bolsonaro pressiona a Receita Federal para perdoar dívidas tributárias  de R$ 144 milhões da Igreja Internacional da Graça de Deus, fundada pelo pastor R.R.Soares. Há informações de que o presidente teria se reunido, a portas fechadas, no início da semana, com o deputado federal David Soares (DEM-SP), filho do líder religioso,  e o secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, para cobrar soluções. Ainda têm mais  processos de autuações que giram em torno de R$ 44 milhões.
Também pelas redes sociais, os governadores reagiram aos ataques de Bolsonaro. “Todo dia acordamos com esse pesadelo matinal que é a aparição do presidente Jair Bolsonaro diante da imprensa, em Brasília.Nenhum dia assistimos a qualquer ato de humildade do presidente, qualquer ato de boas intenções ou declarações que tranquilizem a população”, escreveu no Twitter o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. E prosseguiu, reafirmando a importância do isolamento. “Não é possível que até agora ele continue afirmando que o isolamento social não gerou resultados, numa opinião que não resiste a um embasamento científico, à avaliação de um especialista”, questionou Witzel. Um dos ameaçados com possíveis operações da Polícia Federal, o governador da Bahia, Rui Costa, mandou o recado, através de um vídeo. 

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