28/04/2020 às 08h24min - Atualizada em 28/04/2020 às 08h24min

BOLSONARO PODE TUDO?

PODE NOMEAR O AMIGÃO PARA INVESTIGAR O FILHO?


Claro que pode tudo no mundo do vale tudo.  Por isso Bolsonaro nomeou, nessa segunda-feira, dia 27, André Mendonça para substituir Sérgio Moro como ministro da Justiça e Segurança Pública. Em edição do Diário Oficial da União, também consta a nomeação do delegado da Polícia Federal Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da PF. E de José Levi, que estava na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, e agora estará no comando da AGU (Advocacia-Geral da União).
 
Bolsonaro reuniu-se antes com Mendonça e com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira (que todos achavam que substituiria Sérgio Moro no ministério, por causa de sua relação familiar com os Bolsonaros, onde é chamado de Jorginho; é filho do capitão do Exército Jorge Francisco, morto em 2018; é advogado, major da Polícia Militar e, por 20 anos, foi chefe de gabinete de Bolsonaro; foi chefe de gabinete do Filho deputado Eduardo Bolsonaro e também seu padrinho de casamento). Obviamente foi uma reunião que ajudou a consolidar a decisão.
Mendonça, evangélico, é considerado extremamente leal, mas não tão íntimo da família Bolsonaro. Tem mais trânsito fora do governo do que o presidente. Como advogado geral da União, ele conta, por exemplo, com mais acesso a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
 
Alexandre Ramagem, delegado da Polícia Federal, teria se transformado em auxiliar de confiança de Bolsonaro com o apoio do Filho vereador Carlos Bolsonaro – a quem, aliás, já se atribuía a nomeação de Ramagem para a ABIN, em julho do ano passado. Segundo The InterceptBrasil, a “LavaJato suspeitava que ele era corrupto e ligado ao PT”...
 
José Levi Mello do Amaral Júnior, Advogado Geral da União, foi ministro da Justiça, interinamente, de fevereiro a março de 2017.
 
Todo esse mexe-mexe foi causado pela disputa com Sérgio Moro, que, indignadinho com a interferência de Bolsonaro em nomeações na sua área, aproveitou para pedir demissão e lançar-se candidato à presidência da República, com apoio “global”.
 
Realmente Bolsonaro pode tudo – pode até promover a candidatura do adversário...

 
Leia também Brasil247EstadãoThe Intercept

 
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Daqui&Dali Publicidade 1200x90