26/04/2020 às 17h18min - Atualizada em 26/04/2020 às 17h18min

​UOL DENUNCIA POLITICAGEM DA GLOBO

ESTÃO CENSURANDO O PT, LULA, HADDAD E DILMA


O jornalista Maurício Stycer, colunista do portal, avalia que a Globo - que apoiou o Golpe de 2016 e defendeu a deposição de Dilma - ignora os principais líderes da oposição ao tratar da crise política no governo Bolsonaro. Lembra que Ciro Gomes também nunca foi ouvido.
Os principais telejornais da Globo simplesmente têm ignorado a oposição ao tratar da crise política pela qual atravessa o governo Bolsonaro – o que é natural, já que o grupo está obviamente apoiando o indescritível Moro.
 
Stycer fez um levantamento sobre a cobertura do Jornal Nacional e o Fantástico em cinco fatos recentes que geraram enorme repercussão, incluindo a demissão de Sérgio Moro, na última sexta-feira, dia 24. Ele concluiu que a Globo censura o PT, ignora a opinião de Lula, de Dilma, além dos ex-candidatos à Presidência da República em 2008 Fernando Haddad e Ciro Gomes (PDT).

Nos cinco episódios da crise política atual, nem no Fantástico nem no Jornal Nacional foi aberto espaço para os quatro principais líderes da oposição. Mas foram ouvidos Fernando Henrique Cardoso (em três destas ocasiões) e osé Sarney (uma ocasião)...

Stycer lista os fatos importantes: o pedido de demissão de Sergio Moro (24 de abril), a ida de Bolsonaro a um ato pró-golpe (19 de abril), a demissão de Luiz Henrique Mandetta (16 de abril), o pronunciamento do presidente pedindo o fim do isolamento social e atacando a mídia (24 e 25 de março) e a fala do deputado Eduardo Bolsonaro sobre um “novo AI-5” (31 de outubro do ano passado).
“O PT foi representado nessas reportagens com repercussão da crise política pelos governadores Camilo Santana, do Ceará (três vezes), e Wellington Dias, do Piauí (uma vez). O PDT foi ouvido pelo presidente do partido, Carlos Lupi, uma vez”. Stycer avalia que  “a Globo deve considerar que está dando voz aos principais campos políticos ouvindo os governadores de Estado, mas nem sempre eles são as vozes mais representativas de seus partidos”.
 
Várias entidades foram ouvidas nessas reportagens. A Ordem dos Advogados do Brasil, por exemplo, presidida por Felipe Santa Cruz, foi ouvida nas cinco ocasiões. “O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), é voz frequente no JN, assim como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), e também os governadores João Doria (PSDB-SP), Wilson Witzel (PSC-RJ), Eduardo Leite (PSDB-RS) e Romeu Zema (Novo-MG)”.
 
Stycer diz que parlamentares do PT, que hoje tem a maior bancada na Câmara, não foram ouvidos em nenhuma dessas cinco reportagens. O deputado Alessandro Molon (PSB) e a senadora Simone Tebet (MDB), com duas participações cada, são as figuras mais recorrentes nestas repercussões no Congresso. Stycer chegou a perguntar à Globo se ela gostaria de comentar o tratamento diferenciado dado a Fernando Henrique e a Lula, entre outros políticos, mas não teve retorno.

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