17/04/2020 às 06h37min - Atualizada em 17/04/2020 às 06h37min

MANDETTA, CANDIDATO

O NOVO MINISTRO DA SAÚDE É SEU CABO ELEITORAL...


Na sua despedida da equipe em reunião privadíssima (mas com a presença de um repórter da Folha), Mandetta disse que há um risco de colapso na saúde – o que não é exatamente uma novidade. O mais importante na sua campanha eleitoral foi o ataque imediato a Bolsonaro e ao novo ministro, Nelson Teich: “idosos não são e nunca serão descartáveis sob o argumento da economia que for”.
 
Foi um discurso de cerca de dez minutos para servidores e assessores, com direito a aplausos, cantorias e falas emocionadas. O evento foi tão oportunisticamente político que ele começou falando sobre a Santa Irmã Dulce, aquela religiosa brasileira canonizada recentemente. Mandou até mesmo colocar no local um quadro da santa católica!
“Quando fui a Salvador ver o hospital da obra de Irmã Dulce, estava com o prefeito ACM Neto e ele se ajoelhou. Eu decidi ajoelhar também e rezar para que ela iluminasse o país. E disse: 'Irmã Dulce, se a senhora for santa, vou no Vaticano. Achei que ia demorar 30 anos e pagar a promessa lá na frente, mas fui. Chegando lá, o que eu pedi foi (Tcham! Tcham! Tcham!): protege o SUS, porque, ao proteger o SUS, a senhora protege muita gente'”, disse Mandetta.

“A obra dela era uma obra para gente pobre, gente da rua de Salvador, que ela nunca negou, nunca fechou a porta. E tudo o que fizemos aqui foi pensando nos mais humildes. No dia que gente desse ministério me falou como era o ônibus que vinha para cá, com o alto  grau de proximidade das pessoas, pensei: vamos falar em isolamento social como? O SUS vai pagar a conta de séculos de negligência, de favela, de falta de saneamento básico, de falta de cuidado com o povo mais humilde que é a grande massa trabalhadora desse país”, disse o candidato a presidente da República, que continuou: “O que vamos fazer? Falar para eles: ‘vão trabalhar, por que temos que passar por isso rápido’? Mas passar por isso rápido significa estressar muito além do razoável o sistema de saúde”. Indicando que há risco de um colapso no SUS, o candidato acrescentou: “Quando a gente vê o sistema de saúde dos Estados Unidos, quando vê Nova York em colapso, Chicago em colapso, a gente pensa no nosso Brasil e nesse povo daqui e fala: Santa Dulce, nossa senhora, ajuda.”
 
Em um momento especial dessa sua ‘campanha eleitoral’, Mandetta ainda disse: “O Padre Antônio Vieira falava - se tudo que fizeres pela pátria, e ela ainda assim lhe for ingrata, não tereis feito mais do que sua obrigação”.
 
Mandetta foi ministro da Saúde durante três meses e 16 dias. Mais um pouco e sairia direto para tentar ocupar o Palácio do Planalto...


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