16/04/2020 às 13h12min - Atualizada em 16/04/2020 às 13h12min

​A SORDIDEZ DE GUEDES CONTRA OS IDOSOS POBRES

PRESIDENTE DO BC DIZ QUE QUANTO MAIS MORTES MELHOR

Durante a sessão do STF que reafirmou a autonomia dos estados e muncípios para decidir sobre o isolamento social, nessa quarta-feira, 15 de abril, o ministro Gilmar Mendes criticou duramente a conduta do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia do coronavírus. Gilmar mandou um duro recado a Bolsonaro.
Apesar de todas as críticas contra a política de genocídio do governo Bolsonaro ao forçar o fim da quarentena decretada pelos governos dos estados e prefeituras, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua turma só pensam em agradar os empresários, defender a economia e não se importam com a saúde e a vida dos brasileiros.

A proposta inicial do governo para o auxílio emergencial para garantir o sustento dos trabalhadores informais, autônomos, MEIs e das pessoas mais pobres durante as medidas para combater o coronavírus seria de R$ 200,00. O Congresso reagiu a esse absurdo, apresentou várias mudanças e a renda básica emergencial chegou a R$ 600,00 podendo ir a R$ 1.200,00, dependendo da família. Mas agora o ministro Paulo Guedes se superou, mostrou toda a sordidez contra os idosos e pobres. O “preocupado” Guedes propôs a Bolsonaro editar uma medida provisória concedendo outro auxílio de emergência, por três meses, para os idosos em condições de vulnerabilidade. Sabe qual é a proposta do Guedes? R$ 115,00. É isso mesmo R$ 115,00! O mesmo ministro que fala “fino” com os empresários e banqueiros quer dar para os mais pobres essa quantia e ainda diz que é para “garantir alimentação adequada para a população vulnerável mais idosa, com distribuição de alimentos para complementar a dieta proteica”.

Quando o ministro do STF, Gilmar Mendes, fala em desgoverno, ele tem ou não tem razão? Será que o ministro da Economia do governo Bolsonaro não sabe que a cesta básica custa entre 400 e 600 reais? Se ele não sabe, os 598.496 brasileiros que receberiam essa “esmola” sabem. Pela proposta, estão incluídos os idosos das famílias beneficiadas pelo Bolsa Família, das comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas e aquelas que vivem em asilos. “A urgência é decorrente da necessidade da imediata distribuição de alimentos ou de pagamento de auxílio pecuniário à população mais idosa e em risco social, uma vez que, com o quadro apresentado de rápida propagação da doença, a velocidade de resposta do poder público é condição necessária para garantir a proteção e a recuperação da saúde, e restringir o número de doentes e de óbitos”, afirma Guedes. Será que Paulo Guedes não compartilha essas 'justificativas' com a equipe do ministério da Economia? Pela reportagem do The Intercept  Brasil, publicada nessa quinta-feira, fica claro que não.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, só pensa na recessão que vem por aí. Em palestra para o mercado financeiro, ele tirou do contexto dados de um gráfico elaborado por economistas do Centro de Pesquisas de Política Econômica para defender a tese de que o isolamento social irá aprofundar a recessão.

“Esse é um gráfico que muita gente tem comunicado em palavras, que é a troca entre o tamanho da recessão e o achatamento da curva [de contaminação] que você quer atingir. Mostra que, quando você tem um achatamento maior, você tem uma recessão maior e vice-versa”, justificou Campos Neto para mais de 6 mil pessoas que acompanharam, no dia 4 de abril, uma “live” organizada pela XP Investimentos, uma das maiores corretoras do Brasil.

A defesa pelo fim da quarentena levou o presidente do BC do governo Bolsonaro a expor ideias genocidas. Segundo ele, que é neto do ex-ministro do Planejamento da ditadura militar, Roberto Campos, um dos grandes defensores do liberalismo econômico no Brasil, o gráfico serve “para ilustrar que existe essa troca [entre salvar vidas ou combater a recessão] e é uma troca que está sendo considerada”, ressalta a reportagem de Amanda Audi do The Intercept Brasil.

E as ideias dele são mais estarrecedoras. Quanto mais rápido vierem novos casos e mortes pela Covid-19, melhor para a economia. Mais importante é que a indústria continue produzindo e vendendo. Ainda que isso cause o colapso de hospitais e do sistema de saúde pública, forçando médicos a escolher entre quem atender e quem deixar morrer. Será que é um preço razoável a pagar em nome do lucro?

O que se pode esperar mais dessa gente? 


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