30/03/2020 às 12h47min - Atualizada em 30/03/2020 às 12h47min

​CHINA FAZ ATAQUE DIRETO:

CORONAVÍRUS COMEÇOU NOS ESTADOS UNIDOS

 
Entre os inumeráveis efeitos geopolíticos tectônicos do coronavírus, que são impressionantes, um já é claramente evidente - a China reposicionou-se. Pela primeira vez, desde o início das reformas de Deng Xiaoping em 1978, Pequim considera abertamente os EUA como ameaça – foi o que declarou há um mês o ministro de Relações Exteriores Wang Yi na Conferência de Segurança de Munique, no pico da luta contra o coronavírus.
 
Os dois gigantes estão em choque. Mas talvez seja o caso de dizer que os Estados Unidos começaram a briga. Ou, pelo menos, a guerra do coronavírus, como Pequim já começou a dizer. Ou melhor, foi assim que Pequim reagiu às acusações feitas pelos Estados Unidos de que o coronavírus é produto chinês de exportação. Desde os primeiros casos de doentes infectados pelo coronavírus, a liderança chinesa já sabia que estava sob ataque de guerra híbrida (ou seja, uma estratégia militar que mescla táticas de guerra política, guerra convencional, guerra irregular e ciberguerra com outro métodos de influência, tais como fake news, diplomacia, lawfare e intervenção eleitoral externa). Foi assim que o presidente chinês, Xi, se manifestou, disse abertamente que se tratava de guerra. E que por isso foi necessário iniciar uma “guerra do povo”, como contra-ataque. E descreveu o coronavírus como “um diabo”.
 
Xi é, por formação, confuciano. E, diferente de outros pensadores chineses antigos, Confúcio não admitia discussões sobre forças sobrenaturais e julgamentos depois da morte. O curioso, no contexto cultural chinês, é que “diabo” (魔鬼) (Móguǐ) designa os “diabos brancos” ou “diabos estrangeiros”: guailo em mandarim, gweilo em cantonês. Xi, portanto, fez forte denúncia, em código.
 
Quando Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, tuitou que “é possível que 'o Exército dos EUA tenha trazido a epidemia a Wuhan' – primeiro tiro nessa direção, vindo de alto funcionário –, Pequim de fato estava iniciando a guerra verbal do coronavírus. Zhao Lijian fez a conexão direta com os Jogos Militares em Wuhan que ocorreram em outubro de 2019, com os EUA levando uma delegação de 300 militares. Lijian citou diretamente o diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, Robert Redfield, que, na semana passada, revelou que foram descobertas postumamente mortes por coronavírus nos EUA: “alguns casos foram realmente diagnosticados desse modo, hoje, nos EUA”.
 
A conclusão de Zhao, bastante explosiva, é de que o covid-19 já estava ativo nos EUA, antes de ser identificado em Wuhan – devido à incapacidade dos EUA, hoje já completamente documentada, de testar e verificar as diferenças. Acrescentando tudo isso ao fato de que os genomas dos coronavírus recolhidos no Irã e na Itália já foram sequenciados, e que já se sabe que não têm a mesma origem do vírus que infectou em Wuhan, a mídia chinesa faz abertamente uma conexão com o fechamento, em agosto do ano passado, de um laboratório militar de armas biológicas (declarado “inseguro”), em Fort Detrick, com os Jogos Militares e com a epidemia de Wuhan. Algumas dessas perguntas têm sido feitas – e continuam sem resposta – dentro dos próprios EUA.
 
Há também indagações sobre o nada transparente Event 201 em Nova York, no dia 18 de outubro de 2019: um ensaio-simulação para uma pandemia mundial causada por vírus mortal – precisamente o coronavírus. Essa fantástica coincidência aconteceu um mês antes do surto em Wuhan. O Evento 201 foi patrocinado por Fundação Bill & Melinda Gates, Fórum Econômico Mundial (WEF), CIA, Bloomberg, Fundação John Hopkins e ONU. Os Jogos Militares Mundiais começaram em Wuhan, no mesmo dia.
 
Claro que não há provas concretas das acusações de lado a lado. Mas o coronavírus (covid-19) impõe questões imensamente sérias sobre biopolítica (onde está Foucault quando se precisa dele? Seu curso “Em Defesa da Sociedade” é de 1976) e bioterrorismo.
A hipótese de trabalho, de o coronavírus ser uma arma biológica muito poderosa - mas não provocadora da “batalha final da humanidade” -, revela essa arma como veículo perfeito para controle social generalizado, em escala global.
 
A China soube reagir, está atuando febrilmente, pondo para funcionar um softpower bastante coerente e habilidoso. A bola da vez agora está com os Estados Unidos: quem what the hell abriu caminho para a praga do coronavírus?!?!?!???!!! O mundo inteiro exige respostas.


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