Bolsonaro arranjou uma forma diferente de deixar de ser presidente da República sem precisar renunciar nem ser afastado por um golpe. Aliás, não precisou nem mesmo passar pelo julgamento do Congresso. E o que fez Bolsonaro de tão brilhante? Aumentou a taxa de barbaridades exibidas diante do respeitável público. Jamais alguém de mente sã poderia ousar tanto. É verdade que seu mentor Donald Trump andou tentando, mas ficou pelo meio do caminho. Talvez o calendário eleitoral americano tenha impedido. Trump lembrou que derrotou Hillary no voto indireto, mas tinha sido derrotado no voto popular... “É melhor não arriscar de novo com tanta maluquice...”
Temos que reconhecer que Bolsonaro foi ousado na autodestruição. Quem em sã consciência poderia imaginar o artifício de simplesmente negar a existência do coronavírus? Quem poderia imaginar a ousadia de negar a existência do vírus simplesmente entregando-se a ele de corpo e alma? Parabéns, Jair. Essa foi de tirar o quepe, de bater incontinência pra você. Vamos lançar ao povo milhões de brasileiros, de preferência o povão, aquele que é obrigado, faça chuva ou faça sol, faça vírus ou faça o raio que o parta, a ter que padecer em busca de um salário qualquer. Vamos dizer que o coronavírus não existe, é imaginação de homens sem fé. Vamos entregar milhões de trabalhadores com suas carteiras de otário aos delírius do corona. Vamos lançá-los ao desemprego eterno.
Que coisa maluca! Que presidente é esse que temos! Ou melhor: não temos mais. Mourão é o novo presidente e Rodrigo Maia é o Primeiro-Ministro. Ah, sim... o coronavírus existe, sim, e pode matar. Cuide-se.
