20/03/2020 às 16h57min - Atualizada em 20/03/2020 às 16h57min

JUSTIÇA APOIA MEDIDAS DOS GOVERNADORES

LIBERADA A MEDIÇÃO DE TEMPERATURA NOS AEROPORTOS

 
A demora do governo federal na implantação de medidas concretas e fundamentais para combater a propagação do coronavírus levou os governadores a decretar determinações para diminuir o risco da contaminação nos limites de seus estados. O governador da Bahia, Rui Costa, e do Maranhão, Flavio Dino, conseguiram na Justiça Federal a liberação para que as equipes de saúde dos estados medissem as temperaturas dos passageiros que chegam aos aeroportos. A Anvisa, que não estava fazendo nada para barrar a entrada de pessoas com sintomas do coronavírus, estava proibindo o trabalho dos profissionais de saúde estaduais. Nessa sexta-feira, ao deixar o Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro criticou os governadores e, particularmente, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC-RJ), por pedir a suspensão da chegada de voos de estados onde já foram confimados casos de contaminação de coronavírus, como São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo e o Distrito Federal.

Bolsonaro também fez críticas a outros governos estaduais, mas sem citar nomes. "Eles vão querer jogar a responsabilidade em mim. A economia está parando, está parando. Estão tomando medidas, no meu entender, exageradas. Fechar aeroporto no Rio de Janeiro. Não compete a ele, meu Deus do céu. A ANAC está à disposição. Vi o decreto do governador do Rio e confesso que fiquei preocupado, parece que o Rio de Janeiro é um outro país. Não é outro país. É uma federação", disse o presidente.

Bolsonaro seguiu ampliando as críticas . “Tem certos governadores que estão tomando medidas extremas, que não competem a eles. Fechar aeroporto, fechar rodovias, não compete a eles. Fechar shopping, etc, fechar feira... Se o comércio para, o pessoal não tem o que comer".

Ex-aliado de Bolsonaro, o governador Wilson Witzel não perdeu tempo para rebater  Bolsonaro. Em entrevista à Globonews, ele disse que o governo federal está em “passo de tartaruga” e  mandou recado para o agora adversário. “Estou tomando medidas drásticas, mas baseado nos exemplos que estão acontecendo no mundo. Não quero que o Rio vire uma Itália. Não é hora de fazer política. O governo federal precisa entender, ou vamos contabilizar os mortos”, alertou.

Em outra entrevista na TV Globo, o governador fluminense reclamou da falta de diálogo. “O governo federal precisa fazer a sua parte. Não há diálogo. Não temos diálogo com o governo federal. Não sou só eu, os governadores, para se comunicar precisam enviar uma carta”, reclamou Witzel.

Reunidos por teleconferência, os governadores do Nordeste também reclamaram da dificuldade para discutir a situação com o governo Bolsonaro. O corte do Bolsa Família, principalmente na Região, foi criticado pelos governadores. Rui Costa, governador da Bahia e presidente do Consórcio Nordeste, gravou um vídeo sobre a reunião. Ele desconheceu as críticas de Jair Bolsonaro.


 
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