27/02/2020 às 17h38min - Atualizada em 27/02/2020 às 17h38min

​O DÓLAR DISPARA

ECONOMIA AMERICANA PODE ENTRAR EM RECESSÃO

 
O noticiário nacional ou internacional, tudo em rodopio. O dólar chegou a bater R$ 4,501, a maior cotação intradiária desde o início do Plano Real. A Bolsa de São Paulo consegue reverter queda, depois de despencar 7%, fechou a R$ 4,47, alta de 0,7%. Por outro lado, os Bancos sobem no Ibovespa. Nos Estados Unidos, a economia americana corre o risco de entrar em recessão!
 
Neste ano, o dólar já apresenta alta de mais de 12 % na comparação com o real. O Ibovespa conseguiu segurar sua queda graças aos bancos e no início da tarde subiu 0,25%.
 
O Banco Central tentou corrigir a distorção no câmbio com mais um leilão de 20 mil contratos de swap cambial (oferta de dólar com compromisso de recompra no futuro) pela manhã, injetando US$ 1 bilhão no mercado.
 
O start de tudo, em nível internacional, é a expansão do novo coronavírus, que agita a Europa, os Estados Unidos e que já teve até o primeiro caso confirmado no Brasil. No nível nacional, o principal estopim é a briga entre Bolsonaro e o Congresso, que pode atrasar o andamento da agenda de reformas econômicas que os donos do capital tanto desejam.
 
Aquele vídeo idiota que Bolsonaro compartilhou em redes sociais convocando a população para manifestações contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) ampliou ainda mais a crise política brasileira, botou lenha na fogueira do mercado.
 
O economista do banco BMG, Gilmar Lima, avalia que o Brasil não tinha mesmo como passar ileso pelas quedas na abertura dos mercados dessa quarta, já que a Bolsa ficou dois dias fechada. Isso acabou sendo potencializado tanto pela confirmação do primeiro caso de coronavírus no país quanto pelo zunzunzum político gerado pelo próprio governo.
 
A percepção de risco do investidor aumenta. O mercado inteiro preparava-se para vibrar com medidas aprovados pelo Congresso para consolidar seus ganhos. Deu ruim.
 
O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, diz que o Brasil é afetado por causa dos efeitos na queda das commodities e a redução das demandas globais por matéria-prima. Também destaca a questão política, com os atritos entre o Executivo (leia-se Bolsonaro) e o Legislativo. E não esquece a expansão do novo coronavírus e a desarmonia política infernizando os mercados locais.
 
No mercado externo, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que "estamos diante de uma epidemia", uma declaração que abalou fortemente os mercados globais.
 
As Bolsas europeias seguiram em queda. Paris caiu 3,32%. Frankfurt e Londres tiveram perdas de 3,19% e de 3,49%, respectivamente. No início do pregão, os índices europeus caíam entre 1,5% e 2%.
 
Em Wall Street, o Dow Jones perde 1,14%. S&P (mais amplo) e Nasdaq (tecnologia) operam com desvalorização de, respectivamente, 1,66% e 1,37%.
 
Na Ásia, o índice Nikkei, de Tóquio, fechou em queda de 2,13%. Perdas intensificadas após o governo ter determinado que todas as escolas do país fiquem fechadas para conter a epidemia do coronavírus.
 
Mas na China, surpreendentemente, as Bolsas apresentaram um movimento de recuperação. O CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou com variação positiva de 0,29%. Em Hong Kong, o Hang Seng subiu 0,31%.
 
Dentro do Ibovespa, os papéis ordinários (ON, com direito a voto) do Banco do Brasil subiram. Os papéis preferenciais (PN, sem direito a voto) do Bradesco e do Itaú Unibanco têm ganhos em torno de 3%.
 
As empresas aéreas seguem como destaque negativo pelo segundo dia consecutivo. As ações da Azul e da GOL caem.
 
Nos Estados Unidos, ratificando que a economia mais forte do mundo pode ser duramente contagiada pelo coronavírus, até mesmo Trump afirmou, na noite desta quarta, que o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do país pode ser afetado pela doença.

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