Já eram sete meses seguidos positivos nas vendas do varejo. Mas em dezembro, quando deveria crescer ainda mais, as vendas caíram - caíram 0,1%. A informação é do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), uma queda no último mês, exatamente aquele mês caracterizado por aumento, em um ano em que o comércio cresceu 1,8%!!! Pior ainda: a expectativa do mercado era de que houvesse alta de 0,2% nas vendas de dezembro e de 3,3% no ano!
Muito pior ainda foi a discussão no setor. A Alshop (Associação dos Lojistas de Shopping) chegou a dizer que as vendas em dezembro tinham registrado alta de 9,5%, o que seria o melhor resultado desde 2014. Aí, Tito Bessa Jr Ablos (Associação Brasileira dos Lojistas Satélites), presidente do grupo e fundador da rede TNG, chamou de mentiroso o dado da Alshop. Em resposta, a Alshop negou que os números sobre as vendas de Natal estivessem errados. E informou que crescimento nominal de 9,5% estava alinhada com entidades do setor, como a própria Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers). Disse que o dado passaria por revisão e que explicaria a metodologia, o que não ocorreu. Quando a Abrasce divulgou seus dados, apontou crescimento nominal de 3,1%, sem o desconto da inflação.
Outras cinco das atividades restantes pesquisadas pelo IBGE no comércio varejista tiveram taxas negativas na passagem de novembro para dezembro: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, -2,0%; tecidos, vestuário e calçados, -1,0%; equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, -10,9%; combustíveis e lubrificantes, -0,4%; outros artigos de uso pessoal e doméstico -0,1%.
Enfim, todos esses índices e todo esse bate boca apenas reforça a informação de que as coisas deram ruim. Pior ainda: não é apenas o comércio varejista que anda abalado - é o país inteiro!