08/10/2019 às 12h08min - Atualizada em 08/10/2019 às 12h08min

​EQUADOR VAI ALÉM DE SEJA O QUE FOR

ÍNDIOS AVANÇAM E PRESIDENTE SAI DA CAPITAL

 

Uma grande mobilização indígena avança no Equador. O país vive um clima de tensão política e social, com todo mundo em estado de alerta. O presidente Lenín Moreno transferiu o Governo de Quito para Guayaquil. Milhares de indígenas que avançam pelas principais estradas da serra andina como forma de protesto. Jornalistas foram desalojados da sede presidencial enquanto esperavam uma entrevista coletiva de Moreno. O anúncio da transferência presidencial teve uma cenografia simbólica, com Moreno escoltado por sua vice-presidente, seu ministro da Defesa e toda a cúpula militar. Moreno defendeu a necessidade do ajuste econômico e culpou diretamente Rafael Correa, ex-presidente, e seus aliados, que, segundo Moreno, agem financiadas “com o dinheiro que roubaram”.
 
O presidente equatoriano deixou o palácio de Carondelet (cercado pelas forças de segurança) no meio da tarde. Simultaneamente, começavam a chegar pelo sul da capital os primeiros manifestantes indígenas a pé. A segunda maior cidade do país, Guayaquil, também tomou medidas de prevenção e interrompeu temporariamente o tráfego em suas pontes e pontos de acesso “por motivos de segurança”. O Ministério da Educação anunciou a suspensão de aulas nesta terça-feira, como já ocorreu em 3 e 4 de outubro.
 
Os líderes indígenas tinham anunciado pela manhã que mais de 20.000 manifestantes chegariam a Quito nos próximos dias para pressionar e forçar o presidente Lenín Moreno a revogar as medidas econômicas que provocaram uma alta da gasolina por causa da retirada do subsídio estatal aos combustíveis. "Neste momento, nossos povos e nacionalidades estão se mobilizando, avançando para a cidade de Quito a fim de exigir e rechaçar estas medidas que atropelam os bolsos de todos os equatorianos", afirmou o presidente da Confederação de Indígenas, Jaime Vargas, enquanto um incessante e acalorado rio de pessoas enchia as estradas do norte do país.
 
O presidente da Frente Unitária de Trabalhadores, Nelson Erazo, criticou as declarações do ministro da Defesa, Oswaldo Jarrín, que advertiu os manifestantes a não desafiarem nem provocarem as forças armadas. “Com isso, ele declarou guerra ao povo", disse o sindicalista, acrescentando que a mobilização não parará enquanto o Governo não recuar. Uma greve nacional foi convocada para esta quarta-feira.
 
O secretário particular da Presidência, Juan Sebastián Roldán, questionou também a virulência das mobilizações. “Os irmãos indígenas nunca saquearam, na serra Centro nunca vimos imagens como as que acabamos de ver: fábricas sendo saqueadas, pessoas com paus impedindo os outros de trabalharem, ameaçando-os, destruindo seus caminhões... Isso não é protesto social", recriminou, depois de afirmar que há instigadores infiltrados e de relacioná-los com simpatizantes do ex-presidente Correa.
 
Leia mais em El País.
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