27/05/2023 às 09h40min - Atualizada em 27/05/2023 às 09h40min

CÚPULA SUL-AMERICANA COM 12 PAÍSES.

BRASIL RECEBE OS 11 NO PALÁCIO DO PLANALTO.

 

Lula será o anfitrião do encontro com outros 10 presidentes dos países da América do Sul, na próxima terça-feira (30), no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Já confirmaram a presença os chefes de Estado da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Suriname, Uruguai e Venezuela.
A única ausência em nível presidencial é o Peru, porque a presidente, Dina Boluarte, não poderá vir ao encontro por causa de impedimentos legais internos do país, que vive uma grave crise política desde a destituição do ex-presidente Pedro Castillo, no fim do ano passado. Em seu lugar, virá o presidente do conselho de ministros do país, Alberto Otárola, uma espécie de primeiro-ministro. A Guiana Francesa não participa porque é um território ultramarino da França.
A reunião já havia sido anunciada no início do mês pelo governo. Um encontro desse porte não ocorre há, pelo menos, sete anos. “O principal objetivo do encontro é retomar o diálogo com os países sul-americanos, que ficou muito truncado nos últimos anos, e é uma prioridade do governo Lula. Temos consciência que há diferença de visão e diferenças ideológicas entre os países, mas Lula quer reativar esse diálogo a partir de denominadores comuns com os países”, explicou a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do MRE (Ministério das Relações Exteriores). Gisela conversou com a imprensa durante coletiva nesta sexta-feira, 26, quando apresentou considerações gerais sobre a cúpula.
 
O governo brasileiro evita apontar uma proposta específica. Mas há a expectativa de que os presidentes discutam formas mais concretas de ampliar a integração, incluindo a possibilidade de criação ou reestruturação de um mecanismo sul-americano de cooperação, que reúna todas as nações da região. Atualmente, não existe nenhum bloco com essas características.
 
A UNASUL (União das Nações Sul-americanas) foi criada em 2008, no segundo mandato de Lula, mas foi se desintegrando ao longo do tempo, em meio a mudanças de governos em diversos países, e agora reúne apenas sete deles: Venezuela, Bolívia, Guiana, Suriname, Peru, além de Argentina e Brasil, que voltaram ao grupo recentemente. O Brasil também voltou a integrar a CELAC (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) este ano, mas o bloco é mais amplo que as fronteiras sul-americanas.
“Como vocês sabem, nos últimos anos, houve uma espécie de fragmentação nessa concertação puramente sul-americana. O propósito dessa iniciativa é unir, de novo, a região com a totalidade de seus países”, enfatizou a embaixadora. Segundo ela, temas como saúde, mudanças climáticas, inflação alta e preço dos alimentos, volta da pobreza e da fome tornam ainda mais relevante uma ação mais coordenada entre os países da América do Sul.
A metodologia da reunião prevê, em primeiro lugar, o encontro de pontos comuns a partir das posições presidenciais, bem como a condução de uma agenda que já poderia ser iniciada mais rapidamente. Nessa agenda está, por exemplo, o combate ao crime organizado, projetos de infraestrutura, meio ambiente e mudanças climáticas, entre outros. Por causa disso, o formato da cúpula será o menos protocolar possível.
 
O convite enviado aos países vizinhos chegou a falar em uma espécie de “retiro” (!!!) de presidentes para aprofundar o diálogo. Serão duas sessões. Na manhã de terça, cada chefe de Estado fará um pronunciamento, com tema livre. Depois disso, eles almoçam. À tarde, eles retomam a conversa para um diálogo informal, “numa sessão de trabalho mais livre e descontraída”, segundo descreveu Gisela (sem deixar muito claro o que exatamente significa...)
 
Os presidentes que permanecerem em Brasília na noite de terça participarão de um jantar oferecido por Lula no Palácio da Alvorada. Não está prevista uma declaração final do encontro, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores.
O Itamaraty também ainda não confirmou as prováveis reuniões bilaterais que Lula terá com alguns dos outros líderes presentes na cúpula, mas elas podem ocorrer já na segunda-feira (29), quando as delegações começam a chegar em Brasília.
 
Ou seja – haja improviso...


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