Todos nós lembramos muito bem do golpe de estado de 2016, que derrubou Dilma Rousseff. Um dos objetivos foi implantar um choque neoliberal no Brasil, que precarizou o trabalho e reduziu dramaticamente a renda dos brasileiros. O resultado é que a proporção de trabalhadores que vivem com apenas um salário mínimo (R$ 1.212) saltou de 27%, em 2015, para 38% nos dias de hoje.
"Apenas no governo Bolsonaro esta participação dos trabalhadores que ganham no máximo um salário mínimo cresceu 8,2 pontos percentuais. Em números absolutos, são 36,415 milhões de pessoas, 8,3 milhões a mais do que no fim do governo Temer. Isso ocorreu tanto no emprego formal quanto no informal. Entre os que têm carteira assinada, o total de pessoas que ganham o piso passou de 14,06% no fim do governo Temer para 22,48% no primeiro trimestre deste ano. Entre os informais, o salto foi de 53,46% para 61,73%. No grupo de trabalhadores sem carteira assinada, há, inclusive, um grande contingente que ganha menos que o piso", informa a jornalista Fernanda Trisotto, do Globo, que reportou dados coletados pela consultoria Tendências.
"Com o mercado ocioso, em crise, o poder de barganha do trabalhador diminui. E tem casos de pessoas que aceitam trabalhos com qualificação menor, o que vale para o formal. Tem exemplos mais extremos, como o cara que faz doutorado e trabalha como Uber, mas também tem o trabalhador CLT que foi demitido e volta para outra empresa ganhando menos", explica o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores.
Enfim, tudo se explica. Mas o povo brasileiro jamais perdoará essa ‘explicação’.
