15/05/2022 às 07h08min - Atualizada em 15/05/2022 às 07h08min

PANDEMIA É PÁGINA VIRADA

LIVRARIAS RETOMAM A VIDA

 
 
A pandemia foi um sufoco para as livrarias de rua. Primeiro foi a correria para se adaptar às vendas virtuais. E acabou chegando às vaquinhas organizadas para manter as finanças no azul. Era como se elas estivessem sob ameaça de extinção.
 
Hoje, o clima já é outro. As portas de novas livrarias abriram em São Paulo, uma após a outra, nos últimos meses. Foi um efeito dominó provocado por uma onda favorável ao contato com leitores ansiosos para se reencontrar com a cidade.
 
E não foram apenas as redes já capilarizadas.  Surgiram ao menos oito novas livrarias em Sampa, de casas tocadas de forma quase artesanal por proprietários que usam muito mais a palavra "paixão" do que "negócio" para falar de suas empreitadas. Surgiram ao menos oito delas na cidade no último ano.
 
"Tem sido bacana perceber que as pessoas estão perdendo o medo de abrir livraria", diz Monica Carvalho, dona da Livraria da Tarde, que abriu três meses antes da quarentena. "Sabemos que este é um país em que poucos leem, mas temos olhado isso pelo copo meio cheio, como uma oportunidade boa para trazer e formar novos leitores."
 
As vendas de livros confirmam a ideia de que há um momento promissor, já que o faturamento das editoras cresceu 29% (!!!) no ano passado, segundo pesquisa da Nielsen. E a pujança das livrarias funciona como lenha para movimentar o mercado numa direção estratégica: apresentar ao público os lançamentos que saem do forno.
 
"Durante a pandemia houve um crescimento grande no volume de vendas, mas sempre dos mesmos livros", afirma Diego Drummond, que abre em julho uma livraria que leva seu sobrenome ao lado dos sócios Vitor Tavares e Pedro Almeida. "O mercado editorial estava travado num eterno dia da marmota."
 
A nova loja, que vai ficar no Conjunto Nacional, será estruturada como uma "grande vitrine de novidades", segundo Drummond. Há a intenção, por exemplo, de que um dia da semana seja reservado a eventos de editoras independentes, que poderão aproveitar a localização privilegiada na Paulista para exibir seus autores em noites de autógrafos.
 
A pandemia transforma-se em apenas mais uma história de assombração. Mas o livro continua vivo, da primeira à última página.
 
Leia também na Folha.

 
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