A Alemanha, como outros países europeus, resolveu se curvar aos Estados Unidos e defender a imposição de sanções à Rússia. Mas isso teve um preço... E um alto responsável do Deutsche Bank aponta o provável preço dessas medidas: inflação de dois dígitos na Alemanha.
Karl von Rohr, vice-diretor-geral do Deutsche Bank, crê que a taxa de inflação na Alemanha pode atingir 10%, se as importações energéticas forem limitadas. "Nossa previsão é que teremos uma taxa de inflação de 7% a 8% durante o ano. Na eventualidade das importações energéticas serem mais limitadas, podemos até atingir 10% e mais", previu von Rohr em entrevista publicada nesse sábado, 16, no jornal Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung.
Apesar de defender a ideia de impor as sanções à Rússia para "puni-la" pela operação especial na Ucrânia, ele avisou que a Alemanha precisa estar preparada para taxas de inflação "que não vimos desde os anos 1970". Em março, a taxa de inflação anual na Alemanha atingiu 7,3%, a maior desde 1981, na então Alemanha Ocidental (o Brasil já atingiu 11,30%...).
As taxas de inflação na Alemanha e em outros países ocidentais têm subido desde a metade de 2020, depois que a atividade econômica e a demanda energética colapsaram devido ao impacto inicial da Covid-19 e lockdowns para conter a disseminação da doença. Além disso, desde o começo da operação militar especial russa na Ucrânia, os países ocidentais têm imposto uma grande quantidade de sanções contra a Rússia. É verdade que essas medidas contra o setor energético russo têm sido limitadas pela União Europeia, devido à sua alta dependência das importações de hidrocarbonetos da Rússia – mesmo assim, estão tendo um alto custo no bolso do povo...
