17/04/2022 às 18h34min - Atualizada em 17/04/2022 às 18h34min

MARINE LE LEN ACUSADA DE FRAUDE.

TERIA DESVIADO MAIS DE 600 MIL EUROS.



A candidata da extrema direita à presidência da França é acusada (com seus parentes) ​​pelo OLAF (Organismo Europeu de Luta Antifraude) de ter desviado mais de 600 mil euros (cerca de 3 milhões de reais) durante seu mandato como eurodeputada, de acordo com um relatório revelado pelo site "Mediapart".
 
O relatório foi revelado nesse sábado, 16 de abril. “O impacto financeiro dos fatos apurados chega a pelo menos 617.379,77 euros”. O dossiê foi enviado à Procuradoria de Paris em 11 de março e ao Parlamento Europeu, que, por sua vez, poderia solicitar a recuperação desses valores.
 
A candidata do RN (Rally Nacional) nas eleições presidenciais é acusada de ter desviado 136.993,99 euros do dinheiro comunitário quando era deputada europeia, entre 2004 e 2017. Seu pai, Jean-Marie Le Pen, teria desviado 303.545,76 euros. O relatório também cita Bruno Gollnisch por 43.257 euros, o grupo político de extrema-direita ENL (Europa das Nações e Liberdades) por 131.089 euros e o ex-companheiro de Marine Le Pen, Louis Aliot, por 2.493,22 euros.
Os fatos revelados "podem dar origem a processos penais contra os ex-deputados (...) pelos atos fraudulentos que cometeram em detrimento do orçamento da União", avalia o OLAF, que fala em "fraude", "falsificação ", "quebra de confiança", "desvio de fundos públicos" para fins políticos ou pessoais, superfaturamento, até mesmo serviços "fictícios", em benefício de empresas muitas vezes gravitando na nebulosa frontista (seguidor, adepto ou simpatizante do partido francês de extrema-direita Front National, cuja presidente é Marine Le Pen), ou mesmo "conflitos de interesse".
 
129 garrafas de vinho e champanhe
Os exemplos são muitos. Assim, o Parlamento Europeu reembolsou 23.100 euros de artigos promocionais (sacos, canetas e outros porta-chaves) que foram entregues na sede do partido e, refere o OLAF, que “parecem ter sido adquiridos para a FN em Lyon” em 2014. No mesmo ano, Marine Le Pen e seu pai apresentaram à Assembleia Legislativa da Comunidade um projeto de lei de 5.000 euros que supostamente dizia respeito à criação de um site em seu nome. Que "nunca foi criado", diz o OLAF.
 
O relatório também menciona "pedidos de reembolso pessoal" de Jean-Marie Le Pen, que, em 28 de dezembro de 2016, poucos dias antes da véspera de Ano Novo, encomendou 129 garrafas de vinho e champanhe por mais de 8.500 euros e apresentou a fatura à instituição de Estrasburgo. No entanto, 113 dessas garrafas foram entregues em sua mansão em Montretout (Hauts-de-Seine), onde o fundador da FN (Frente Nacional) tem seus escritórios. Não enviou "nenhuma prova de que esta ordem tinha qualquer ligação com as suas atividades no Parlamento Europeu", observa o OLAF.

 
Leia no Le Monde.
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