22/12/2021 às 07h37min - Atualizada em 22/12/2021 às 07h37min

​OS POBRES PASSAM FOME

ACUSAM BOLSONARO E QUEREM O PT DE VOLTA


As Marchas Contra a Fome, organizadas por entidades como a CMP (Central de Movimentos Populares), espalham-se pelo estado de São Paulo.  Acontecem na capital, próximas a supermercados na região central, no Butantã, nas favelas de Heliópolis e Paraisópolis e nas regiões de São Mateus, Grajaú, Capão Redondo, Jardim Caraguatá, Vila Prudente, Tucuruvi, Sapopemba, Cidade Ademar e Brasilândia. E tem protesto também na cidade de São José dos Campos.
 
Os manifestantes carregam panelas, ossos e faixas em protesto contra a fome no país.
Uma carta aberta contra a desigualdade no país é entregue aos comerciantes e lida para o público no final da marcha.
"É nas periferias e nas comunidades favelizadas onde a fome mais pesa e causa impacto na vida das pessoas. O povo não suporta mais tanta miséria, não aguenta mais ver o aumento da quantidade de bilionários enquanto passa fome. Comida tem, os supermercados estão cheios – o que falta é dinheiro para comprar e justiça social", dizia o manifesto.
 
O protesto, que começou às 15h, foi em frente à Bolsa de Valores. Foi esse local que recebeu, em novembro, o Touro de Ouro (!!!), uma espécie de réplica da estátua que se encontra em Wall Street, no distrito financeiro de Nova York - uma verdadeira agressão ao povo faminto de nosso país.
"Entre o boi gordo e a vaca magra, o que está sobrando para as famílias são os ossos", diz Carmem Ferreira, uma das organizadoras do ato no Centro. "Natal é época de consumo, mas o que estamos vendo são pessoas com a geladeira vazia, diminuindo refeições e nos ligando pedindo ajuda para completar a cesta básica."
 
Mesmo quem está trabalhando não consegue voltar do supermercado com tudo o que necessita, volta sem saber se terá o que comer.
Os manifestantes protestam também contra o desmonte que Bolsonaro realizou das políticas de combate à fome, como a extinção do CONSEA (Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional), que aconteceu no primeiro dia do seu mandato, em janeiro de 2019.
 
Esses protestos acabam representando, de fato, a indignação contra o presidente da República que o país tem.
Um cruzamento de dados da pesquisa IPEC divulgada na semana passada aponta que  os eleitores mais pobres, com renda familiar mensal de até um salário mínimo, e os que moram nas periferias de grandes centros urbanos tendem a migrar o voto de Jair Bolsonaro, PL, para Lula, em 2022. Segundo o IPEC, 55% dos eleitores dizem que não irão repetir o voto em Bolsonaro, preferem votar em branco ou nulo. Outros 45% dizem que devem repetir o voto nele. Entre os eleitores de Bolsonaro, 22% dizem que votariam em Lula, caso a eleição fosse realizada hoje.
 
O povo sentiu na pele a diferença entre um e outro.
 
 
Leia também na Folha.

 
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