A polícia alemã parou mais de 50 vigilantes de extrema direita armados com spray de pimenta, baioneta, facão e cassetetes que tentavam patrulhar a fronteira polonesa para impedir a entrada de migrantes no país.
Os vigilantes estavam seguindo um apelo da Terceira Via, um partido de extrema direita com ligações suspeitas a grupos neonazistas, para que seus membros impedissem as travessias ilegais perto da cidade de Guben. A polícia apreendeu as armas e fez os suspeitos saírem da área na noite de sábado, 23, e na madrugada de domingo, disse um porta-voz. Eles haviam viajado para a fronteira polonesa através da Alemanha.
Dezenas de pessoas fizeram uma vigília em Guben no sábado para mostrar sua oposição às planejadas patrulhas de extrema direita. A Alemanha posicionou 800 policiais extras na fronteira com a Polônia para controlar o fluxo de migrantes que tentam entrar na EU (União Europeia) vindos da Bielo-Rússia, disse o ministro do Interior no domingo. “Centenas de policiais estão de plantão lá dia e noite. Se necessário, estou preparado para reforçá-los ainda mais”, disse Horst Seehofer ao Bild am Sonntag (jornal semanal publicado por Axel Springer AG e faz parte do jornal Monday-to-Saturday Bild).
Seehofer disse que já houve 6.162 entradas não autorizadas da Bielo-Rússia e da Polônia na Alemanha este ano. Ele disse na semana passada que a Alemanha não pretende fechar a fronteira com a Polônia, mas no domingo ele disse que o país pode ter que considerar a retomada de controles. “Se a situação na fronteira entre a Alemanha e a Polônia não melhorar, também teremos que considerar se essa medida precisa ser tomada em coordenação com a Polônia e o estado de Brandemburgo. Essa decisão caberá ao próximo governo”, afirmou.
Os três partidos alemães que trabalham para formar um governo de coalizão dizem que pretendem encerrar as negociações até o final de novembro e eleger o social-democrata Olaf Scholz como chanceler em dezembro. Muitos estados da UE acusam Minsk de enviar imigrantes ilegais através da fronteira para a UE para pressionar o bloco, que impôs sanções à Bielo-Rússia após a disputada reeleição do presidente Alexander Lukashenko em agosto de 2020. Lukashenko nega e culpa o Ocidente pelo que ele diz ser uma iminente catástrofe humanitária neste inverno, depois que migrantes ficaram presos na fronteira entre a Polônia e a Bielo-Rússia.