13/10/2021 às 07h16min - Atualizada em 13/10/2021 às 07h16min

​VOCÊ DEVE QUANTO?

A MAIORIA DEVE 59,9% DA RENDA



O brasileiro está batendo um novo record: é o record do endividamento.
O valor total das dívidas estão chegando a praticamente 60% da renda média anual, segundo os dados mais recentes do Banco Central. O mês de junho trouxe esse ‘troféu’ para o país. É o maior patamar desde o início da série histórica do BC (Banco Central), em 2005.

Com a inflação em alta e a perspectiva de um aperto maior de juros, o orçamento comprimido das famílias com dívidas será um limitador adicional ao crescimento da economia nos próximos meses. Em outras palavras, quem não cresce... tende a cair.

Mesmo sem considerar os financiamentos imobiliários — que é um tipo de crédito mais “saudável” por ser de longo prazo e representar um investimento das famílias — o endividamento é recorde: 37%. Até julho do ano passado, este patamar nunca tinha superado 30%.

Veja o exemplo da agente de educação infantil Flávia Rodrigues, na Penha Circular, bairro da Zona Norte do Rio. Lá, a palavra “dívida” entrou para o dia a dia em 2021. Do salário de Flávia, sobram apenas R$ 400 para gastos básicos, que se somam aos R$ 1.300 mensais de ganhos do filho mais velho, Raphael.
Flávia já recorreu a dois empréstimos neste ano, em fevereiro e em agosto, e acumula mais de R$ 123 mil em dívida. O valor mensal de cada uma das 144 parcelas, de R$ 858, compromete 27% da renda familiar.
— Peguei o último empréstimo por causa da inflação, porque meu salário não tem reajuste há três anos. Tenho muito medo de ficar mais endividada. E não vejo luz no fim do túnel — lamenta.

Orçamento sob pressão
Em média, segundo dados do BC, o comprometimento mensal de renda das famílias com o pagamento de juros e prestações — incluindo dívidas mais longas, como financiamento imobiliário, e outras de curto prazo, como cartão de crédito ou parcelamento de compras — chegou a 30,9% em agosto, também em alta.
A inadimplência se mantém estável, em 4,2%, mas analistas temem que o peso da inflação — que chegou a 10,25% na taxa acumulada em 12 meses até setembro — force as famílias a atrasarem as prestações com o orçamento já apertado.

— Quando o consumidor paga mais caro por gasolina, alimentos, energia, começa a ter dificuldade de cumprir seus compromissos financeiros. É um risco pela inflação, não pelo excesso de endividamento, diz Luís Rabin, economista sênior da Serasa Experian.

A conclusão é única: a culpa não é do trabalhador, mas da política econômica da dupla Bolsonaro/Guedes. O trabalhador trabalha cada vez mais, para ganhar cada vez menos.
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