É uma mudança surpreendente no país mais populoso do mundo. Até agora, o limite era de 2 filhos por casal, uma forte determinação que existia para conter explosão populacional. Acontece que o governo percebeu um declínio acentuado no número de nascimentos. Assim, a China anunciou essa grande mudança de política em relação ao limite existente de dois filhos, depois que dados recentes mostraram um declínio dramático nos nascimentos no país mais populoso do mundo.
“Para responder ativamente ao envelhecimento da população... um casal pode ter três filhos”, informou a mídia estatal Xinhua (Nova China) nesta segunda-feira, dia 31 de maio, citando uma reunião do comitê de liderança de elite do Politburo (Comitê Executivo) da China comandado pelo presidente Xi Jinping.
No início deste mês, a China relatou o crescimento populacional mais lento desde o início dos anos 1960, apesar de abandonar sua política de filho único em 2015 para encorajar mais nascimentos e evitar uma crise demográfica iminente. Um censo que ocorre uma vez por década mostrou que a população geral da China cresceu para 1.411.780 nos 10 anos até 2020, um aumento de 5,38 que reflete um aumento médio anual de 0,53%, abaixo, portanto, do 0,57% registrado de 2000 a 2010.
Por quase quatro décadas, a China aplicou a política (polêmica) do filho único, inicialmente imposta para conter uma explosão populacional. Sua substituição - um limite de dois filhos - não resultou em um aumento sustentado no número de nascimentos, já que o alto custo de criar os filhos nas cidades chinesas impediu muitos casais de constituir família.
A novidade teve uma resposta fria nas redes sociais chinesas, onde muitas pessoas disseram que não podiam ter um ou dois filhos. “Estou disposto a ter três filhos se você me der 5 milhões de yuans (£ 554.350)”, postou um usuário no Weibo (microblog criado em 2009, semelhante ao Twitter).
Mas não é apenas a China que enfrenta esse desafio demográfico. Em todo o leste da Ásia, há anos, há uma luta para convencer os casais a terem mais bebês. A Coréia do Sul e o Japão usaram pagamentos mensais para aumentar os incentivos. Nos últimos anos, essa experiência de política de três filhos está em andamento na província de Heilongjiang, no nordeste da China. Mas alguns especialistas chineses disseram que o resultado foi menor do que se pensava. O censo deste mês levou os especialistas a pedir o abandono completo do controle de natalidade na China.
A mudança de política virá com "medidas de apoio, que contribuirão para melhorar a estrutura populacional do nosso país, cumprindo a estratégia do país de lidar ativamente com o envelhecimento da população e manter a vantagem, dotação de recursos humanos", informou a Nova China (Xinhua). Não detalhou quais seriam as medidas de apoio. O professor Wang Feng, da Universidade da Califórnia, em Irvine, um especialista em demografia asiática, disse que Pequim já deveria ter abandonado completamente sua política de controle de natalidade. “Está desatualizada. O que a China precisa não é de outra política de estado, mas de uma sociedade melhor e mais justa”, disse ele. Mas, com todo o respeito ao professor Wang Feng, não é bem assim. Uma sociedade melhor e mais justa é o que se deseja para o mundo inteiro – e o planejamento familiar pode dar sua contribuição para que isso aconteça em países que perderam o controle. Não é um julgamento fácil.
AS 10 MAIORES POPULAÇÕES China 1.439.324.000 habitantes Índia 1.380.004.000 Estados Unidos 331.003.000 Indonésia 273.524.000 Paquistão 220.892.000 Brasil 212.559.000 Nigéria 206.140.000 Bangladesh 164.689.000 Rússia 145.934.000 México 128.933.000
