01/05/2021 às 10h18min - Atualizada em 01/05/2021 às 10h18min

ESTADOS UNIDOS X CHINA

“MAIOR PROBLEMA DO MUNDO”, DIZ KISSINGER


Henry Kissinger (hoje com 97 anos!) já foi o bambambam da política externa americana e deve saber muito bem o que está falando. Disse que as tensões EUA-China ameaçam envolver o mundo inteiro e podem levar a um confronto semelhante ao Armagedom (a famosa “batalha final” da Bíblia) entre os dois gigantes militares e tecnológicos.
Foi ele, como assessor do presidente Nixon, que planejou o descongelamento das relações entre Washington e Pequim em 1971. Ele chegou a dizer que a mistura de forças econômicas, militares e tecnológicas das duas superpotências traziam mais riscos do que os da guerra fria com a União Soviética.

Durante o Fórum de Sedona, do Instituto McCain, sobre questões globais disse que as tensões com a China são “o maior problema para os Estados Unidos, o maior problema para o mundo,
(...) porque, se não pudermos resolver isso, então o risco é que uma espécie de guerra fria se desenvolva entre a China e os Estados Unidos.”

Seus comentários foram feitos quando o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, advertiu que “a maneira como lutarmos na próxima grande guerra vai ser muito diferente da forma como lutamos nas últimas”. Kissinger disse que, embora as armas nucleares já fossem grandes o suficiente para danificar todo o globo durante a Guerra Fria, os avanços na tecnologia nuclear e inteligência artificial - onde China e EUA são ambos líderes - multiplicaram a ameaça do Juízo Final.

“Pela primeira vez na história, a humanidade tem a capacidade de se extinguir em um período finito de tempo”, disse Kissinger. “Desenvolvemos a tecnologia de um poder que está além do que qualquer um imaginava há 70 anos.”
“E agora, à questão nuclear se soma a questão da alta tecnologia, que, no campo da inteligência artificial, em sua essência se baseia no fato de que o homem se torna parceiro das máquinas e que as máquinas podem desenvolver seu próprio julgamento” (ele disse isso, com a capacidade de deixar qualquer um arrepiado...). “Portanto, um conflito militar entre potências de alta tecnologia é de uma importância colossal.”

Kissinger disse que a política dos EUA em relação à China deve ter uma abordagem dupla: permanecer firme nos princípios dos EUA para exigir o respeito da China, enquanto mantém um diálogo constante e encontra áreas de cooperação.
“Não estou dizendo que a diplomacia sempre levará a resultados benéficos”, disse ele.
“Esta é a tarefa complexa que temos ... Ninguém conseguiu realizá-la completamente”, disse Kissinger deixando qualquer ser humano completamente arrepiado.

E Austin, tentando apaziguar o mundo, de certa forma trouxe mais tensão: “Não podemos prever o futuro. Portanto, o que precisamos é a combinação certa de tecnologia, conceitos operacionais e recursos - todos entrelaçados em uma forma de rede que seja tão confiável, tão flexível e tão formidável que dará uma pausa a qualquer adversário.”

Como assim? Quem pode ficar calmo com toda essa ‘tranquilidade’?

Leia mais em The Guardian.


Veja depoimento de Kissinger aqui.

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