07/06/2019 às 16h17min - Atualizada em 07/06/2019 às 16h17min

ATENÇÃO! O PESO NÃO É REAL!


Câmbio, câmbio, câmbio. Pelas ruas de Buenos Aires, desempregados "chamam" para casas de câmbio informais. É muita gente "disfarçando" o q não dá p disfarçar: a crise econômica. Na área da famosa rua Florida, lojas tentam atrair clientes com grandes promoções. Os consumidores argentinos passam direto, nem entram. Eles sofrem com o desemprego provocado pela maior estagnação da economia dos últimos tempos. 
Será que acreditaram na "proposta" da criação da nova moeda peso-real que surgiu durante o encontro entre o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e presidente argentino Maurício Macri, nessa quinta-feira, em Buenos Aires? Como será que reagiu o motorista de táxi que responde na hora, quando é questionado sobre a situação econômica: "O povo tem fome"? E o professor e maestro que para sobreviver dirige Uber? Difícil que eles caiam nessa tentativa de "cartada" eleitoreira a poucos meses de irem às urnas para decidir sobre a continuidade dessa política econômica neoliberal e a proposta dos peronistas que têm a ex-presidente Cristina Kirchner como vice do seu fiel aliado Alberto Fernandez, o candidato a presidente.
Mesmo sendo um velho sonho do Mercosul, o "peso-real" também não mexeu com o mercado financeiro. O dólar se manteve na mesma cotação na Argentina e no Brasil. Os dois países vivem momentos difíceis, mesmo com Bolsonaro e Macri tentando  mostrar uma "luz no fim do túnel," com um acordo iminente entre o Mercosul e a União Europeia. O desmentido da UE foi rápido. Mesmo reconhecendo o engajamento político do Mercosul para concluir as negociações, o porta-voz da Comissão Europeia afirmou que ainda falta muito. "Algumas questões, incluindo pedidos considerados essenciais pela UE, continuam pendentes”, concluiu. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o "peso real" é só uma ideia e chegou a dar um prazo de 20 anos para se concretizar.
Aqui no Brasil, o Banco Central também disse que não há nenhum estudo sobre essa moeda em conjunto.
Enquanto, Bolsonaro e Macri tentavam "esquentar" a campanha do presidente argentino à reeleição, as ruas e prédios de Buenos Aires mostravam aos dois presidentes o que vem por aí. "Fuera Bolsonaro" e "Fuera Macri" estavam na boca do povo e iluminavam os prédios da capital portenha. Uma gigantesca manifestação de trabalhadores desempregados, famílias que sofreram com a perda e tortura de parentes durante a ditadura militar argentina e jovens que lutam por um futuro melhor mostraram solidariedade ao povo brasileiro contra Bolsonaro e mandaram recado direto para Macri.
Na sexta-feira, dia 14 de junho, os brasileiros também prometem uma greve geral contra a reforma da previdência e em defesa da Educação. Quem sabe os hermanos não terão passado a força e inspiração para os trabalhadores brasileiros...
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