A Assembleia Nacional Venezuelana voltou ao comando do chavismo de Nicolás Maduro. E quem mais ajudou, por incrível que pareça, foi a oposição, que preferiu defender a abstenção. Com isso, os candidatos de Maduro tiveram 67% dos votos válidos. Detalhe importante: até aqui, o controle da Assembleia estava com a oposição...
A participação geral foi de 31%, 40 pontos a menos que nas eleições legislativas de 2015. Ou houve um erro brutal de avaliação da oposição ou ela avaliou que perderia de qualquer maneira e preferiu a abstenção para que não ficasse tão evidente a sua real inferioridade. Infelizmente, mesmo com a larga vitória, o bloqueio político deve continuar, prejudicando a administração e aprofundando a crise econômica e política.
Juan Guaidó, que pretende se apresentar como grande líder da oposição, saiu menor – e possivelmente ficará menor ainda com a queda de seu aliado Trump. No dia 5, a nova Assembleia será instalada e com isso certamente o papel de Juan Guaidó como líder da oposição também será questionado, pois foi a sua posição de figura máxima do Parlamento que lhe permitiu desafiar Nicolás Maduro ao se declarar presidente interino em janeiro de 2019. Além disso, em 20 de janeiro, Joe Biden assume como o novo presidente dos Estados Unidos no lugar do beligerante Donald Trump. Vale lembrar que Biden teve um rápido encontro com Maduro, no dia 2 de janeiro de 2015, em Brasília, na posse de Dilma. Sobre esse encontro, disse Maduro: “Eu exigi desta vez o que exigimos dos Estados Unidos 1.000 vezes antes: uma relação baseada no respeito, nada mais”. O mundo inteiro (particularmente, os seus vizinhos) torce por isso.
Ah, sim, o secretário de Estado do governo Trump também se pronunciou. Apenas bobagens... Leia também BBC Mundo e BBC América Latina.