18/08/2020 às 09h32min - Atualizada em 18/08/2020 às 09h32min

VAI FALTAR COMIDA NA CHINA EM 2025

É MELHOR COMEÇAR A FAZER ESTOQUE...


Em 2025 vão faltar cerca de 130 milhões de toneladas na oferta de alimentos na China, graças ao crescimento da população chinesa urbana e ao envelhecimento da mão de obra rural.
 
A população total será de 1,4 bilhão de chineses. Ou seja, aumentará pouco, daqui até lá – mas  a população urbana aumentará cada vez mais e a mão de obra rural estará envelhecendo. É isso que disse a imprensa estatal chinesa nessa segunda-feira, 17, citando o relatório de um think tank governamental.
 
Com esse desequilíbrio populacional, com a população rural diminuindo, os agricultores poderão enfrentar dificuldades para aumentar seus lucros. Por isso, Pequim deve tratar a segurança alimentar como uma grande prioridade, é o que diz o Instituto de Desenvolvimento Rural da Academia de Ciências Sociais da China.
 
Até o ano passado, a proporção da população que vive em áreas urbanas era de 60,6%. Mas em 2025 deve atingir 65,5%, com cerca de 80 milhões de habitantes rurais mudando para as cidades. Ao mesmo tempo, a proporção de habitantes rurais com 60 anos ou mais deve chegar a 25,3%, contra os cerca de 15% no censo de 2010.
 
Naturalmente, já começou o temor quanto ao desequilíbrio – ou até escassez – na oferta de alimentos. O presidente Xi Jinping já condenou um "vergonhoso" desperdício de alimentos e, com isso, desencadeou uma onda de iniciativas empresariais e de governos locais.
 
Garantir a oferta de alimentos garante também a legitimidade política do Partido Comunista Chinês. O problema é que o rápido crescimento populacional e o aumento das taxas de industrialização e urbanização tornaram cada vez mais escassos e sobrecarregados os recursos terrestres e hídricos do país.
 
Em publicações estatais, o líder Xi Jinping exortou o povo chinês a reduzir o consumo de alimentos e evitar o desperdício. "É necessário cultivar hábitos de parcimônia e promover um ambiente onde o desperdício seja vergonhoso e a parcimônia seja aplaudida", disse ele.
 
 
Chamando a questão do desperdício de alimentos de chocante e angustiante, Xi destacou a necessidade de manter um senso de crise, apesar do fato de que a China tem continuamente obtido safras abundantes.
 
 
A revista inglesa The Economist diz que "Xi Jinping está reinventando o capitalismo de estado". Já em outro artigo do presidente Xi Jinping sobre a abertura de novos horizontes da economia política marxista na China contemporânea, ele não deixa dúvidas sobre o que defende:

O status de propriedade pública como o pilar fundamental e o papel de liderança da economia estatal não devem ser alterados".
Esforços devem ser feitos para fortalecer a legislação e supervisão, tomar medidas eficazes e estabelecer um mecanismo de longo prazo para impedir o desperdício de alimentos.

- É necessário aumentar ainda mais a consciência pública sobre o problema, cultivar efetivamente hábitos de parcimônia e promover um ambiente social onde o desperdício seja vergonhoso e a parcimônia seja aplaudida.
- A aplicação estrita de diligência e parcimônia devem ser a prática comum de toda a sociedade. Todas as pessoas devem se opor à extravagância e ao desperdício.
- A determinação do Comitê Central para a aplicação estrita de diligência e parcimônia e a oposição à extravagância e desperdício tem ganhado aclamação ampla dos funcionários e do público. Agora deve haver uma campanha seguinte para garantir que nenhuma pessoa apenas cumpra as formalidades ou siga as regras como uma medida temporária, como uma rajada de vento. Devemos fazer todo o possível, e devemos ver as coisas do princípio ao fim.
- Nada será alcançado se não tomamos medidas sérias, pragmáticas e consistentes.
 
Já em janeiro de 2013, Xi, que estava há apenas dois meses no novo cargo de secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC), em uma reportagem da Xinhua sobre internautas, pediu a eliminação do desperdício na mesa de jantar.
 
"É doloroso ver problemas tão graves quando todos sabemos que muitas pessoas em nosso país ainda sofrem com a pobreza", disse ele. "Devemos fazer algo para impedir esse desperdício o mais rápido possível!"
 
Está certo Xi. Quase 690 milhões de pessoas passaram fome em 2019 em todo o mundo, 10 milhões a mais que em 2018, segundo as Nações Unidas, que advertiu que muito mais pessoas poderiam entrar na fome este ano como resultado da pandemia da COVID-19.
 
Como disse Xi certa vez: "mesmo que nossa vida melhore dia a dia, não haverá direito concedido ao desperdício!"
 
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