O secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos tem o nome de Alex Azar. Será que é por isso que os Estados Unidos vão mal de saúde? Claro que não. Mas ele já provou que não é muito “saudável” nas declarações. Em fevereiro, quando os Estados Unidos contabilizavam apenas 13 (!) casos de coronavírus (Covid-19), Azar publicou um artigo, em coautoria com o secretário de Estado Michael R. Pompeo, dizendo que “ficamos tristes em saber que na semana passada uma mulher americana de 60 anos morreu em Wuhan, na China. Mas estamos determinados em nossa vigilância para proteger nosso povo. E estamos mobilizando recursos ao redor do mundo para ajudar também outras nações a combater a doença. Esse é o altruísmo americano no seu melhor”. De lá pra cá, passados 11 meses, os Estados Unidos de Trump e Azar dispararam na liderança dos casos e mortes por coronavírus. Essa não é a desgraça de nenhum país isoladamente, é uma desgraça da humanidade e não deve ser utilizada para fins políticos.
Agora Azar está em visita a Taiwan (que os chineses reivindicariam como sendo parte da China) e sua visita está sendo vista em grande parte como um símbolo de apoio a Taiwan, que por muito tempo foi posta de lado diplomaticamente com países que favorecem o reconhecimento da China, que por sua vez reivindica Taiwan como seu próprio território, uma alegação refutada por dirigentes taiwaneses. Azar obviamente segue a estratégia política-eleitoral de Trump que coloca a China como seu grande adversário no tabuleiro de confrontos mundiais. Azar encontrou-se com a presidenta taiwanesa Tsai Ing-Wen e afirmou que estava na ilha para entender e aprender com o sucesso de Taiwan em lidar com o coronavírus e conhecer o seu modelo de saúde. A viagem obviamente atraiu a ira da China, que afirmou que esta visita estava “colocando a paz em perigo”.
O interessante é que, em 1979, sob a presidência de Jimmy Carter, os EUA chegaram a romper com Taiwan para favorecer a China. Mas agora, neste cenário de disputa comercial em curso com a pandemia, Trump priorizou o apoio ao país, ao mesmo tempo em que impulsionou as vendas de armas. Será que ficou claro para Azar?
A China prometeu aplicar sanções a esta visita. A China considera que Taiwan é sua província e alerta que a força pode ser usada, se necessário, para colocar o território sob seu controle. Azar ou sorte?
