04/08/2020 às 18h21min - Atualizada em 04/08/2020 às 18h21min

​EXPLOSÕES NO LÍBANO: 73 MORTOS E 3.700 FERIDOS

GOVERNO AINDA INVESTIGA CAUSAS DA TRAGÉDIA


O primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab, prometeu à nação, em um pronunciamento ao vivo pela televisão, que “todos os responsáveis pela catástrofe serão responsabilizados”. Ele destacou o funcionamento do armazém com grande quantidade de material explosivo, desde 2014, no porto de Beirute, área de grande importância para a vida e a economia libanesas. Ainda não se tem informação da causa do acidente, mas o chefe de segurança interna, Abbas Ibrahim, disse que o armazém contém materiais altamente explosivos como o nitrato de amônia, mas não são explosivos entre eles.
O primeiro-ministro, Hassan Diab, pediu ajuda internacional para superar a grave situação.

A capital Beirute vive um dia trágico, nessa terça-feira, 4 de agosto, depois de um incêndio de grandes proporções e uma série de explosões que devastaram a área do porto. A tragédia foi sentida em um raio de 10 km e até no Chipre, país vizinho no Mediterrâneo, a 200 km da costa libanesa. As imagens da destruição, dor e sofrimento emocionam o mundo. O governo já contabiliza 73 mortos e 3.700 feridos na catástrofe. Os feridos lotam os hospitais da capital e de outras cidades do país.
O governador de Beirute, Marwan Abboud, comparou o desastre desta terça-feira, 4, ao que aconteceu em Hiroshima e Nagasaki, no Japão. Diz que não sabe como o país vai superar a tragédia. E chorou.

O acidente acontece no momento que o Líbano enfrenta uma grave crise econômica e social. Desemprego acima de 30% e metade da população está na miséria ou abaixo da linha de pobreza. A paralisação do porto de Beirute vai ampliar essa crise ao impedir a maior parte do escoamento da produção nacional  e a importação de produtos, principalmente dos combustíveis.
Brasileiros que moram no Líbano relatam o drama e desespero que viveram. Muitas casas e prédios foram destruídos.

Essa é uma semana religiosa no país e, apesar do confinamento para combater o coronavírus, a população estava autorizada a sair de casa para participar das cerimônias. O navio da Marinha brasileira “Independência”, que participa da Força Tarefa Marítima da ONU, criada em 2006 após a guerra com Israel, para garantir a segurança do Líbano, estava ao largo do porto e todos os militares estão no navio. A mulher do Adido da Defesa brasileiro foi ferida, mas sem gravidade e passa bem.

O apoio e a ajuda internacional foram imediatos. O presidente da França, Emannuel Macron, manifestou o apoio pelo Twitter. “Manifesto minha solidariedade fraterna com os libaneses após a explosão que causou tantas vítimas e danos nesta noite em Beirute. A França fica ao lado do Líbano. Sempre. A ajuda e os recursos franceses estão sendo entregues no local”, escreveu o presidente francês que que tem fortes ligações com o Líbano. A solidariedade do Reino Unido também foi enviada pelas redes sociais nas postagem do primeiro-ministro Boris Johnson. “As fotos e vídeos de Beirute hoje à noite são chocantes. Todos os meus pensamentos e orações estão com os envolvidos neste terrível incidente. “O Reino Unido está pronto para prestar apoio da maneira que pudermos, inclusive aos cidadãos britânicos afetados”, avisou.

Até o inimigo Israel, que não tem relações diplomáticas com o Líbano, já ofereceu “ajuda médica humanitária” e “assistência imediata”. O ministro da Defesa israelense informou que entrou em contato com o governo libanês através de “canais diplomáticos  e de segurança internacional”.

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