01/07/2020 às 10h16min - Atualizada em 01/07/2020 às 10h16min

CRISE FRANCESA DO CORONAVÍRUS

OS SINDICATOS LUTAM PARA REPENSAR O SEGURO-DESEMPREGO

 
Para proteger os trabalhadores de contratos curtos ou temporários, catorze associações, de todos os setores profissionais franceses, querem criar um apêndice específico na legislação, como a intermitência temporária.
"A primeira parte da reforma do seguro-desemprego reforçou as condições de acesso aos benefícios e meus direitos terminaram no final de fevereiro", diz Xavier Chergui, mordomo, que não trabalha desde o confinamento. “Então eu não toco no desemprego, apenas na RSA (Renda de Trabalho Solidário). Com 875 euros (5.310 reais), tenho que pagar meu aluguel, me alimentar, etc. Estou no modo de sobrevivência agora. Eu caí na precariedade." A guia de turismo Yolanda Arrondo assume: "Atualmente, todos os passeios de 2020 foram adiados. Além disso, eu guio muitos turistas da América do Sul e América Central. Mas, no momento, o Covid-19 está atingindo fortemente esses países. Portanto, nenhum turista vem desses lugares. Meus direitos terminaram em dezembro de 2019. Não tenho todo os meus trabalhos e não recebo mais ajuda."

Como 2,3 milhões de trabalhadores temporários, Xavier Chergui e Yolanda Arrondo sofrem com empregos atípicos, que mesclam contratos curtos e contratos a termo. No entanto, 40% dos candidatos a emprego são funcionários que ocupam esses tipos de contrato, de acordo com um estudo recente do IRES (Instituto de Pesquisa Econômica e Social), que aponta para “regras de remuneração que estão se movendo na direção de menos cobertura para funcionários que possuem esse tipo de contrato”.
 
É urgente
Quatorze associações de todos os setores profissionais se uniram para exigir a revogação da recente reforma do seguro-desemprego. Sua primeira parte, que entrou em vigor em novembro de 2019, afetou seriamente os candidatos a emprego ao restringir o acesso aos direitos. A segundo parte foi adiada para 1º de setembro de 2020 devido ao coronavírus. No entanto, o confinamento já levou à precariedade um grande número de trabalhadores e a crise social está começando. O coletivo, portanto, reuniu-se perante a Assembleia Nacional, esperando que figuras políticas como a deputada Elsa Faucillon (PCF – Partido Comunista Francês) transmitissem suas reivindicações para repensar o seguro-desemprego e, em particular, para criar um novo anexo especificamente levando em consideração esses trabalhos descontínuos.
 
Kareen Janselme
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