25/04/2020 às 09h43min - Atualizada em 25/04/2020 às 09h43min

​ACORDO BOEING-EMBRAER FOI PRO ESPAÇO

TRUMP E CORONAVÍRUS FORAM OS CULPADOS


A compra da brasileira Embraer pela americana Boeing seria um grande negócio para os dois lados - para ser mais preciso, um negócio de 4,2 bilhões de dólares. Tudo caminhava em “céu de brigadeiro”, quando o coronavírus, com a dificuldade criada de operação de voos, cruzou essa rota.

A negociação envolvia a fusão entre as duas empresas, que teria 80% da nova companhia comandada pela Boeing. O CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica já tinha aprovado o acordo, que tinha até essa sexta-feira, dia 24, para ser ratificado. Aparentemente, a diretoria da Embraer já sabia que a Boeing daria para trás e que o acordo não decolaria. A pressão de Trump, em meio ao auxílio destinado pelo governo dos Estados Unidos para manter a empresa viva com as dificuldades amargadas pelo setor aéreo graças à pandemia, inviabilizaram o acordo.
 
Richard Aboulafia, vice-presidente de análise do Teal Group, consultoria de aviação norte-americana, afirmou que a não consolidação do acordo não causa impactos relevantes à situação da Embraer. “A Embraer era uma fonte importante para os engenheiros para viabilizar a montagem de um novo Boeing de tamanho médio, mas não parece que esse projeto sairá do papel tão cedo. O único problema mais sério para eles é que eles não terão uma aeronave para concorrer com a Airbus, que tem o modelo A220, mas isso não é uma prioridade para a companhia”, afirma ele. A Boeing agora terá de pagar entre 75 milhões e 100 milhões de dólares pela quebra do acordo. As negociações também dependiam do aval da União Europeia já que, em setembro, o bloco anunciou que abriria investigação sobre a compra da divisão comercial da Embraer.
 
Com 25 bilhões de dólares em caixa e um passivo monumental, a Boeing corre o risco de não sobreviver até o fim do ano – e quem disse isso foi o seu presidente, recém-empossado, Dave Calhoun. A Boeing já pediu um auxílio de 60 bilhões de dólares ao governo americano para superar o momento.
 
Curiosamente, a Embraer não quer comentar nada.
 
Brasil247

 
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