17/04/2020 às 08h56min - Atualizada em 17/04/2020 às 08h56min

CHINA EM QUEDA?

O PIOR CRESCIMENTO DESDE 1976


O coronavírus com certeza fez mal à China. Foi o primeiro - ou segundo - país a ser afetado por esse vírus devastador. E apesar da China ter sido extremamente ágil (na verdade, houve um problema inicial de identificação) nas ações de proteção, sua economia foi bem afetada. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, a economia encolheu, no primeiro trimestre deste ano, 6,8%. É o primeiro recuo no PIB (Produto Interno Bruto) chinês pelo menos desde 1992, quando começaram os seus registros trimestrais.
O declínio foi maior do que os 6,5% previstos por analistas, além de reverter a expansão de 6% no quarto trimestre de 2019. O coronavírus causou o fechamento de fábricas, transportes e shoppings centers. Como aliás está acontecendo no mundo inteiro, com resultados ainda bem difíceis de determinar.
Aliás, essa retração do PIB chinês confirma as projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional), anunciadas nesta semana, de uma a economia mundial apavorante, com paralisação de diversos setores em meio à pandemia. A economia global deve sofrer retração de 3% em 2020, a maior desde a crise de 29 (de 1929 a 1932 o PIB mundial caiu em cerca de 15%), e a recuperação deve começar a aparecer (espera-se!) somente no ano que vem.
Nas projeções do fim de 2019 - antes do início da pandemia - o FMI esperava que o PIB da China crescesse 5,8% em 2020.
Apesar do impacto econômico das medidas de isolamento contra o coronavírus, a China teve sucesso em controlar o avanço da doença no país, estabilizando o número de contágios.
Segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins, a China registra pouco mais de 83 mil casos confirmados, com 3.346 mortes provocadas pela doença —muito abaixo dos números registrados em países europeus e bem abaixo dos Estados Unidos, atual epicentro da pandemia.
Em Wuhan (11 milhões de habitantes), cidade onde surgiu o coronavírus na China, as autoridades chinesas já encerraram a quarentena. Wuhan estava sob medidas rigorosas de isolamento desde 23 de janeiro, com o comércio e indústrias na cidade fechados por mais de dois meses.
Algumas restrições permanecem. As escolas, por exemplo, não reabriram. E continua sendo obrigatório o uso de um aplicativo de celular para o governo controlar o histórico de saúde, o endereço de residência e o deslocamento em tempo real de cada pessoa.
Apesar da queda, a China tem tudo para começar a se levantar.

Leia também na Folha.
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