A disputa entre Estados Unidos e China, as duas maiores economias mundiais, ganhou novos ares. Deu um tempo para a discussão sobre quem “lançou” o coronavírus e partiu para invadir o mundo digital com a disputa entre o Facebook e o Tik Tok.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, criticou o que chamou de "bullying" do governo dos Estados Unidos, que ameaçou banir o aplicativo TikTok, se não for vendido a uma empresa estadunidense até 15 de setembro. Ou seja, Trump demonstrou claramente o que significa “livre comércio” para ele: tudo é livre, desde que não prejudique as nossas empresas. A China defendeu-se, claro, lembrando as regras de economia de mercado e os princípios de abertura, transparência e não discriminação da Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas aí surgiu uma “lei” que fala mais alto no mundo capitalista: a possível negociação em que a Microsoft compraria a Tik Tok. Trump mudou imediatamente o seu tom e baixou o topete.
Depois de ter afirmado que iria banir a plataforma, na semana passada, Trump não só concordou com o prazo de 45 dias para a negociação entre a empresa americana e a ByteDance (ByteDance - ou Beijing ByteDance Technology Co. Ltd. -, a empresa chinesa de tecnologia da Internet que opera várias plataformas de conteúdo habilitadas para aprendizado de máquina), como reconheceu a força da marca da plataforma de vídeos curtos, mas não sem pleitear uma parte do acordo. Ele já teria até conversado por telefone, nesse final de semana, com Satya Nadella, o indiano presidente da Microsoft, sobre a possibilidade da empresa adquirir o TikTok, e advertiu o empresário que o negócio deveria ser feito "como um todo", e não apenas na aquisição de uma porcentagem da operação no país. Foi mais longe ainda: afirmou com veemência que uma parte do dinheiro deveria ir para o Tesouro americano, já que, segundo ele, o país está viabilizando a permanência da plataforma.
"Eu disse ao Nadella que se você comprar o TikTok, qualquer que seja o preço, uma parcela muito substancial desse preço terá que vir para o Tesouro dos Estados Unidos. Porque estamos possibilitando que esse acordo aconteça. No momento, eles, a China, não têm nenhum direito, a menos que concedamos a eles. Então, se vamos dar a eles os direitos, isso tem que entrar neste país", disse Trump.