28/01/2020 às 18h05min - Atualizada em 28/01/2020 às 18h05min

STJ LIBERA O SISU E O PROUNI

MESMO PROIBIDA, A LISTA VAZOU CEDO


O governo Bolsonaro insistiu e o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro João Otávio Noronha, liberou, na tarde dessa terça-feira, a divulgação dos resultados do Sisu. A decisão também permite que o MEC defina novas datas para o Prouni. 
Mesmo proibida divulgação da lista, por determinação da presidente do Tribunal Federal da 3ª Região ( TRF-3), desembargadora Terezinha Cazerta,  até que o governo comprovasse que  os erros na correção do Enem  2019 foram totalmente sanados, a lista vazou, durante alguns minutos, na manhã dessa terça-feira. O próprio MEC reconheceu, mas tentou desviar o foco dizendo que não era a lista oficial dos aprovados. "O Ministério da Educação informa que as listas do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2020 visualizadas, por alguns minutos, na manhã desta terça-feira (28), não representam o resultado oficial. Em razão de decisão judicial, a divulgação do resultado final continua suspensa", disse o MEC em nota. Mas de nada adiantou porque a indignação e a reação foram imediatas. Afinal, como o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que está sendo bastante criticado pelas atitudes que vem tomando dentro e fora do ministério, não determinou que a decisão judicial fosse cumprida? O MEC enfrenta problemas desde sexta-feira, dia 24, logo que as notas foram divulgadas. O erro foi constatado por milhares de candidatos, mas Weintraub e a turma dele tentaram minimizar. Uma liminar da Justiça Federal de São Paulo proibiu a divulgação. A AGU recorreu, mas a presidente do TRF-3 negou e ainda acrescentou à decisão um alerta. 
“Dar prosseguimento ao cronograma, nessa direção, sem enfrentar adequadamente as consequências de algo ocasionado pela própria União Federal é que é um risco à política educacional do pais”, escreveu a desembargadora.
Depois do vazamento dessa terça-feira, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) já afirmaram que vão à Justiça contra Weintraub e o ministério da Educação. "Temos provas de que durante aproximadamente 3 minutos o resultado do #SISU foi divulgado no dia de hoje, demonstrando que o MEC descumpriu uma ação da Justiça Federal. Além do Ministro da Educação desrespeitar os estudantes, ele desrespeita também a Justiça. Vem processo aí! Escreveu Pedro Gorki, presidente da UBES, no Twitter. Mas não deu tempo. Não bastasse os graves problemas, o presidente Jair Bolsonaro arrumou outra desculpa, sem qualquer fundamento, para os erros no Enem: sabotagem. E adiantou o que ia discutir com o ministro Weintraub. “Vamos checar se realmente foi uma falha nossa, uma falha humana, sabotagem. Todas as cartas estão na mês”. Para deputados, senadores e lideranças políticas, não é bem assim. O líder da Rede Sustentabilidade no Senado, Randolfe Rodrigues, pediu logo o afastamento imediato de Weintraub, e aproveitou a “deixa” de Bolsonaro. “A sabotagem que houve foi na vida de milhares de estudantes que, diferente do presidente, passaram muito tempo estudante e se preparando as carreiras que escolheram. O caso do MEC é INCOMPETÊNCIA! Weintraub tem que cair”, disparou o senador. O líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (PSOL-SP),“Bolsonaro é tão cínico que busca justificar a incompetência de Weintraub alegando sabotagem”. A deputada federal PT-MG Margarida Salomão foi irônica e direta. “Nunca Bolsonaro esteve tão correto. Claro que os seguidos erros no Enem são sabotagem. Autossabotagem. Porque o que mais interessa ao governo é ver ruir o patrimônio da Educação brasileira. Aliás, não há maior autossabotageem que ter Weintraub como ministro”. 
Também pelo Twitter, o líder do MTST, Guilherme Boulos, foi mais além e escreveu. “Bolsonaro agora resolveu dizer que o caos do Enem é “sabotagem”. O momento exato da sabotagem:  - - “Vou ter que trocar o ministro. Tem outro aluno do Olavo? 
- Presidente, ele nunca passou um dia como gestor da Educação.
- O importante é falar mal do Paulo Freire!” 

Deu no que deu...” 

Segundo a UNE, o Sisu estava suspenso em 19 universidades federais.
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