09/12/2019 às 16h05min - Atualizada em 09/12/2019 às 16h05min

NOVO ROUND STF X DALLAGNOL

PROCURADOR QUER INDENIZAÇÃO DA UNIÃO

Nos últimos anos, o procurador Deltan Dallagnol acusou e pediu condenações sem provas - como foi o caso do ex-presidente Lula - e falou o que quis contra autoridades e até mesmo contra ministros do STF. O coordenador da Lava Jato teve livre trânsito com empresários e executivos da grande mídia. Depois que o site The Intercept,  fundado pelo jornalista norte-americano Gleen Greenwald, começou a publicar denúncias das relações entre o então juiz Sergio Moro e o MPF, Dallagnol e a turma de procuradores viraram alvos de severas críticas. Juristas do mundo inteiro questionam a imparcialidade de Moro e Dallagnol. Os dois têm devolvido as críticas, muitas vezes ultrapassando limites jurídicos. Ministros do STF não têm se calado às acusações do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e da turma da Lava Jato. Nessa segunda-feira, Deltan Dallagnol abriu processo contra a União alegando que foi “publicamente humilhado” no dia 14 de março de 2019, durante o julgamento de agravo regimental 4435-DF, pelo ministro Gilmar Mendes. Segundo a ação, Gilmar chamou os integrantes da força-tarefa de “cretinos”, “gentalhada”, “desqualificada”, “despreparada”, “covardes”. Dallagnol quer receber a indenização de R$ 59 mil. Se for condenada, a União pode cobrar do ministro para ser ressarcida. O processo é mais um “round” entre o ministro Gilmar Mendes, Moro e Dallagnol. No dia 26 de novembro, Dallagnol foi punido pelo Conselho Nacional de Ministério Público com uma advertência. Em agosto de 2018, durante uma entrevista à rádio CBN, Dallagnol afirmou que três ministros do STF formam “uma panelinha” e passam para a sociedade uma mensagem de leniência com corrupção. Quem foram os ministros acusados pelo procurador? O atual presidente do STF, Dias Tóffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. E foi justamente ao STF que Dallagnol recorreu para pedir que a advertência seja suspensa. Essa foi a primeira punição na ficha funcional do procurador, mas ele ainda responde a outros dois processos no CNMP. Se receber outra punição, a situação do coordenador da Lava Jato se complica. 
Pelo Twitter, o ex-presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, também comentou sobre a ação de Dallagnol contra a União. “A impunidade assegurada pelo CNMP acabou por incentivá-lo a processar quem o critica. Resolveu acionar o Ministro Gilmar Mendes alegando ter sofrido danos morais. Enquanto isso, todos os seus desvios de conduta demonstrados pelo Intercept permanecem impunes. Até quando?”, pergunta um dos advogados do ex-presidente Lula.
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