O Ato de ontem na ABI foi um marco histórico na luta contra o fascismo bolsonarista e na defesa da liberdade de imprensa. Nem mesmo as vaias de alguns militantes aos vídeos de pessoas da direita liberal, como o jornalista Reinaldo Azevedo e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, solidarizando-se com Glenn Greenwald, conseguiram tirar a força do Ato.
O radicalismo sectário de parte da militância de esquerda não deixa ver que no momento atual a tática contra o autoritarismo de Bolsonaro/Moro exige a ampla unidade democrática de todas as forças que se colocam ou venham a se colocarem contra o fascismo, não importando quais sejam.
A luta contra o fascismo para ser vitoriosa não pode se restringir à esquerda, mas tem de envolver as forças de centro-direita e até mesmo setores da direita liberal, que deram o golpe do impeachment, mas que manifestam contradições pontuais com o governo Bolsonaro.
O apoio do presidente da Câmara ao direito constitucional do Intercept de publicar as revelações comprometedoras de Moro e da Lava Jato, representa uma importantíssima mexida no xadrez político contra Bolsonaro e defesa do Estado de Direito.
O essencial é a defesa do Estado democrático de direito, pilar da Constituição que foi violado no impeachment de Dilma, na prisão de Lula e na eleição fraudulenta do fascista Bolsonaro, para não falarmos dos retrocessos impostos à soberania e aos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários que formam a nossa Carta Magna.
Em outra época Lênin chamava esse esquerdismo sectário, que só enxerga o seu umbigo ideológico, de “doença infantil do comunismo”. Hoje, depois de tantas experiências históricas, o esquerdismo sectário é tão somente uma "doença senil".