O BRASIL ESTÁ MUITO MAL. Mas felizmente o principal responsável por essa desgraça nacional, Bolsonaro, faz novos inimigos toda vez que abre a boca. Em seis meses ele já dilapidou grande parte do capital político que malandramente ganhou nas eleições. Dessa vez ele se superou, ofendendo cruelmente a memória de um filho que perdeu seu pai morto barbaramente pela ditadura militar. O que para ele seria mais um de suas costumeiras grosserias, aplaudidas por suas hordas como expressão de um homem “grosso, mas sincero”, provocou a indignação nacional. Essa monstruosa agressão fascista de Bolsonaro repercutiu muito mal numa conjuntura política em que já vinha se acumulando muita indignação contra a farsa moralista de Moro e da Lava Jato, muita revolta com suas ofensas contra o povo nordestino, indígena e os ambientalistas e onde cresce a insatisfação geral com a estagnação econômica e o desemprego. Sem se dar conta Bolsonaro acendeu um fósforo num ambiente saturado de combustível e provocou uma reação negativa tão ampla, que vai da esquerda à direita, do PT à João Dória e ministros do Supremo. As palavras impeachment e até mesmo interdição do presidente entram na agenda nacional e são ditas também por setores da direita. Essa reação tem potencial para evoluir para uma crise nacional que jogue no saco de lixo da história a dupla fascista Bolsonaro e Moro e obrigue as instituições da República, especialmente o STF, a respeitarem plenamente o Estado democrático de direito.