A Polícia Federal bateu de frente com Moro e estabeleceu que a Operação Spoofing não vai analisar as mensagens captadas pelos hackers e que caberá somente à Justiça definir se o material será destruído. “O conteúdo de quaisquer mensagens que venham a ser localizadas no material apreendido será preservado", diz a nota divulgada à imprensa pela Polícia Federal. Sabem o que isso significa? Rebelião, afinal, a PF está subordinada ao ministério da Justiça e Segurança Pública – o ministro é Moro!
A Operação Spoofing busca obter provas relacionadas à invasão de contas do aplicativo Telegram utilizadas pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o desembargador Abel Gomes (do Tribunal Regional Federal da 2ª Região); o juiz federal Flávio Lucas (da 18ª Vara Federal do Rio) e os delegados da PF Rafael Fernandes (lotado na Superintendência da Polícia Federal paulista) e Flávio Vieitez Reus (atua na PF de Campinas).
Sérgio Moro disse nessa quinta-feira, 25, que as conversas de autoridades encontradas com os "hackers de Araraquara" seriam destruídas. Eae? Está certo isso? Na nota que foi divulgada à imprensa, a Polícia Federal diz que a Operação Spoofing não busca analisar as mensagens eventualmente captadas pelos hackers e que caberá à Justiça definir se o material será destruído. Entenderam o conflito? Sérgio Moro quer porque quer destruir o áudio (tem lá suas razões...) e a PF se nega a aceitar essa ordem. Na sua nota à imprensa diz que “o conteúdo de quaisquer mensagens que venham a ser localizadas no material apreendido será preservado, pois faz parte de diálogos privados, obtidos por meio ilegal”.
Na íntegra: "A Polícia Federal esclarece que as investigações que culminaram com a deflagração da Operação Spoofing não têm como objeto a análise das mensagens supostamente subtraídas de celulares invadidos. O conteúdo de quaisquer mensagens que venham a ser localizadas no material apreendido será preservado, pois faz parte de diálogos privados, obtidos por meio ilegal. O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, confirmou hoje (25) que foi alvo da atuação de hackers. Segundo o ministro, o fato foi comunicado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. De acordo com a Polícia Federal (PF), os quatro presos na terça-feira (23), sob a acusação de invasão do celular de Moro, também teriam roubado dados de mil vítimas, entre elas, diversas autoridades do Legislativo, Judiciário e do Executivo. Segundo Noronha, Moro informou que o nome dele está na lista da PF de autoridades hackeadas. Em nota, o presidente declarou que pouco utilizava o aplicativo Telegram, principal alvo dos roubos de dados, e que não tem "nada a esconder".
Íntegra da nota do STJ: "O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, confirma que recebeu a ligação do ministro da Justiça, Sergio Moro, informando que o seu nome aparece na lista das autoridades hackeadas. O ministro do STJ disse que está tranquilo porque não tem nada a esconder e que pouco utilizava o Telegram. O ministro Moro informou durante a ligação que o material obtido vai ser descartado para não devassar a intimidade de ninguém. As investigações sobre o caso são de responsabilidade da Polícia Federal, a quem cabe responder sobre o caso." Moro, portanto, ficou inteiramente desautorizado. Nem a Polícia Federal, que está subordinada ao ministério da Justiça, aceita sua estranha determinação de destruir gravações aparentemente bastante importantes. Será que Sérgio Moro quer fazer spoofing?